Anistia Internacional organiza debate sobre mortes causadas por policiais

Foto: Reprodução/ Facebook
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Após uma série de supostas execuções cometidas por policiais em São Paulo em Osasco e Carapicuíba,  o espaço Matilha Cultural recebe nesta terça-feira (29), a partir das 19h30, o debate Homicídios Decorrentes de Intervenção Policial no Brasil, com  presença de Átila Roque, Diretor Executivo da Anistia Internacional, Debora Maria, fundadora do Movimento Mães de Maio, e Daniela Skromov de Albuquerque, Defensora Pública do Estado de São Paulo.

Esta é a primeira de uma série de três discussões que a Anistia Internacional em São Paulo irá promover entre setembro e outubro. A organização, que tem sede no Rio de Janeiro, está ocupando a Matilha Cultural desde o dia 22 de setembro, no centro da capital paulista, com a mostra Setembro Verde: Jovem Negro Vivo

No dia 13 de outubro, o Instituto Sou da Paz promove a mesa Os Jovens e as Armas de Fogo- Lançamento do Retrato da Violência Armada no Brasil, enquanto no dia 20, a ONG Justiça Global promove o debate “Desmilitarização da Segurança Pública”. Ambos os eventos serão realizados às 19h30.

Com exposição visual, ciclo de debates e programação de cinema, Setembro Verde: Jovem Negro Vivo é uma iniciativa gratuita que tem como objetivo promover a campanha Jovem Negro Vivo em São Paulo, para romper com a indiferença da sociedade a respeito dos altos índices de homicídios no Brasil, em especial entre os jovens negros e periféricos.

De acordo com o Mapa da Violência 2012, dos 56 mil assassinatos registrados no país, 30 mil são de jovens entre 15 e 29 anos. Destes, 77% são negros. Para aprofundar o debate, a Anistia Internacional lançou no início de agosto uma pesquisa sobre a homicídios cometidos pela Polícia Militar, em especial no Rio de Janeiro. Nos últimos cinco anos, homicídios decorrentes de intervenção policial corresponderam em média a 16% do total de assassinatos na capital fluminense.

A mobilização pela campanha Jovem Negro Vivo em São Paulo acontece em meio às investigações sobre o envolvimento de policiais militares na chacina que vitimou 19 pessoas em Osasco no mês passado, e outra que vitimou quatro jovens em Carapicuíba no início de setembro, em um contexto de aumento das mortes praticadas por policiais no Estado. De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o número de pessoas mortas por policiais em serviço no estado aumentou 105% entre 2013 e 2014, saltando de 346 para 708 óbitos. Somente no primeiro semestre de 2015, foram 358 pessoas mortas pela polícia, um aumento de 9,8% comparado ao mesmo período de 2014. 

Serviço – Debate: Homicídios Decorrentes de Intervenção Policial no Brasil
Matilha Cultural
R. Rêgo Freitas, 542 – República
(11) 3256.2636
Terça-feira, 29 de setembro de 2015
Das 19h30 às 22h
Gratuito
Debates e filmes sujeitos à lotação do espaço. 68 lugares; 2 cadeirantes


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