Fumantes adultos com histórico de problemas com a bebida que continuam fumando estão em maior risco de recaída com o álcool, quando comparados com adultos alcoolistas que não fumam, conclui pesquisa publicada na edição on-line do periódico Alcoholism: Clinical and Experimental Research.
O estudo foi feito por pesquisadores da Escola Mailman de Saúde Pública e da Universidade de Columbia, ambas nos Estados Unidos.
Segundo pesquisadores, a maioria dos adultos que têm problemas com o álcool também fumam cigarros. No entanto, enquanto os tratamentos para o abuso de álcool tradicionalmente requerem tratamento para problemas em torno do uso de outras substâncias ilícitas, como cocaína, o tabagismo tem sido geralmente deixado de lado na luta contra a dependência.
De acordo com o principal autor do estudo, o pesquisador Renee Goodwin, o pensamento em ambientes clínicos tem sido o de perguntar aos pacientes se parar de fumar enquanto eles tentam parar de beber é “muito difícil”. Em caso positivo, a dependência da nicotina não é tratada.
“Parar de fumar irá melhorar a saúde de todos”, diz Goodwin, professor associado do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde PúblicaMailman. “Mas o nosso estudo mostra que desistir de fumar é ainda mais importante para os adultos na recuperação do álcool, porque vai ajudá-los a permanecerem sóbrios.”
Como foi o estudo
Os pesquisadores acompanharam 34,653 adultos com histórico de alcoolismo matriculados em um programa de tratamento nos Estados Unidos. Os participantes foram abordados pela pesquisa em dois momentos: três anos antes de começarem o tratamento, e três anos depois.
Só os que exibiam critérios para o transtorno do álcool descritos no DSM-IV (obra referência de diagnóstico para médicos na área da saúde mental).
Fumantes diários e fumantes não diários tinha aproximadamente o dobro das chances de recaídas para dependência de álcool em comparação com não fumantes.
Não está claro o porquê dos fumantes terem mais chance de voltarem a beber, mas os pesquisadores citam pesquisas anteriores que estabeleceram relação entre o comportamento do alcoolista e do fumante. Outros estudos também demonstraram ter o cigarro efeitos deletérios sobre a cognição.
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