Conheço a Fernanda Young há um bom tempo. Por isso pudemos conversar com tanta intimidade sobre um assunto que intimida tanto. Conversamos como um homem e uma mulher conversam, sendo ela bem casada há 17 anos com um cara que é Alexandre também – e, como todo mundo sabe, nunca houve Alexandre, o Pequeno, nem Alexandre, o Médio; só Alexandre, o Grande -, e eu casado há 15 com uma mulher tão atraente quanto ela. Acreditem ou não, conversamos enquanto se movimentavam na sala de seu apartamento – entrando e saindo de cena – filhos, fisioterapeutas, babás, sem jamais perder o fio da meada. E sem quebrar o pau.

Brasileiros – Você escreveu um livro chamado O Pau. Nenhum homem até hoje teve coragem de escrever sobre o tema. Nem Nelson Rodrigues. Só Carlos Zéfiro o mostrou com toda a dimensão com que você o descreveu.
Fernanda Young –
Eu li alguns livros técnicos, na verdade. Antropologia. Romance não.

Brasileiros – Nem Nelson Rodrigues?
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F.Y. -Não. Estava sempre presente, mas de forma dissimulada.

Brasileiros – Quando fui comprar teu livro, me senti meio esquisito tendo de perguntar à balconista: tem O Pau? Porque eles não expõem, não vi nas estantes. Não sei se é a foto da capa…
F.Y. –
Que é linda. Que é o pescoço de uma mulher.

Brasileiros – Não é um pau? Parece…
F.Y. –
Não, é do Man Ray. É o rosto de uma mulher olhando pra cima. E é incrível porque parece perfeitamente…

Brasileiros – Você pôs esse nome no livro de propósito, sabia que ia provocar…
F.Y. –
Sabia que ia provocar, mas…

Brasileiros – Porque é uma coisa proibida. Ainda. É um tabu. O pau é um tabu no Brasil.
F.Y. –
Você sabe que, curiosamente, as pessoas são reticentes, a mídia especializada, o jornalismo, o que deveria ser o jornalismo de cultura, é tão coronelista, tão grosseiro no Brasil que de alguns livros meus pra cá, seus resenhistas agem de forma muito fria com os meus livros. Esse livro já está na quarta edição, e tudo que ocorre é através da internet, através dos blogs, através da opinião dos leitores e é tudo muito forte e é muito receptivo. Nós vivemos num País muito livre. E orgiástico. Eu não sinto pressão nenhuma de ter lançado O Pau e eu fiz isso concomitante à Playboy e foi de propósito. Eu estava escrevendo um livro chato com que, talvez, eu satisfizesse todas as exigências de um leitor acadêmico, do tal do resenhista da Bravo, que não se dá ao luxo de colocar meu livro entre os lançamentos do mês. Entretanto, estava enfadonho. Em dado momento, eu falei: “Cara, eu acabei de fazer a Playboy, por que é que eu estou fazendo isso aqui? É incongruente. O ensaio para a Playboy me deu muito ânimo e muito entusiasmo pra escrever O Pau. E aí, eu percebi que a obra de arte não se localiza mais no objeto, ela é o raciocínio no momento em que o artista teve a ideia e tudo o que isso envolve. A Playboy não é só a Playboy, a Playboy é a Playboy e o que a Playboy fez para que eu escrevesse O Pau, são todos os signos que envolvem a nudez numa revista para os homens e o livro O Pau. Eu percebi que esse trabalho era todo interligado. Como se fosse uma instalação. Não era mais uma revista Playboy, um mito que eu dominei, porque eu peguei a roupa da coelhinha e coloquei em mim. Eu roubei o símbolo. Eu, sinceramente, confesso que talvez seja a minha grande obra de arte. Fazer isso e, ao mesmo tempo, escrever um livro chamado O Pau, quer dizer, a serviço do que essa sexualidade toda da Playboy esteve?

Brasileiros – É muito fácil pegar o livro e chamar de pornografia barata. E nem ler. Mas quem lê percebe que leva à reflexão. E pornografia não leva à reflexão. Eu gostei muito do teu jeito de narrar… Você prende o leitor. É fluente, corre ali uma energia… Tem vida…
F.Y. –
A pornografia é burra! Ela pode ser erótica, mas ela é burra.

Brasileiros – Tem passagens no livro que realmente excitam…
F.Y. –
É um livro excitante. É um livro erótico. Cumpre com a sua proposta…

Brasileiros – Bem, vamos às anotações. É a primeira vez que eu encontro a expressão “esponja de carne”, que você usa no começo. E me leva a pensar o seguinte: fala-se na ditadura do falo. Mas o que o falo procura é essa tal de esponja de carne, que é uma coisa meio divina. Porque ninguém vê e acha maravilhosa! É como Deus…
F.Y. –
Hum, hum…

Brasileiros – Ninguém vê Deus e acha lindo! Tá certo?
F.Y. –
Tá certo. É como Deus. Ninguém vê e é maravilhoso.

Brasileiros – Ninguém vê.
F.Y. –
É um absurdo, ninguém nunca viu.

Brasileiros – Assim como a xoxota. Ninguém viu, mas que é maravilhosa!
F.Y. –
E a quantidade de atitudes insanas e incongruências e merdas que são feitas em nome de Deus e da xoxota é indescritível… (Ri)

Brasileiros – A concepção, que é divina, acontece ali naquele espaço. O pau é o condutor da divindade e está tudo ali. Tem semelhança mesmo com Deus.
F.Y. –
Todo mundo busca (ri). Todo mundo tenta.

Brasileiros – E tem gente até que fala… fala com Deus…
F.Y. –
Ele te ouve…

Brasileiros – Abraão ouviu. Foi o primeiro que ouviu. Ele falou: “Opa, tem um cara aí que é Deus, ele falou comigo e aguardem que vem coisa por aí”. Ele convenceu todo mundo que existia Deus, sem telefone, sem Twitter, sem Facebook, sem Orkut…
F.Y. –
Abraão arrasou! (Ri)

Brasileiros – Você diz em O Pau que a extrema humilhação do homem é o pau pequeno ou mole. O que é uma verdade.
F.Y. –
Não é?

Brasileiros – Puxa vida. A preocupação da mãe, você já viu? A mãe é a mais preocupada com pinto pequeno…
F.Y. –
Eu! Sabe o que eu percebi? Que a gente não vira para as nossas filhas pequenas e fica tchuco-tchuco-tchuco-tchuco na região genital das meninas. É florzinha, é não sei o quê. É tudo muito diferente. O homem traz uma euforia no coletivo total da casa inteira, que é uma brincadeira, é uma gaiataria, é todo mundo olhando e todo mundo brincando, falando coisas. Depois, vocês crescem e, aí, inevitavelmente esse sempre foi o grande chamariz. Enquanto a mulher tem um mundo interior muito mais elaborado e muito mais instigado… a doçura… “Olha como é inteligente…” O menino, não. Eu que não tive contato com meninos pequenos, porque meu irmão é muito distante da minha idade, nunca tive primos, etc. e tal, me vi fazendo a seguinte pergunta para a minha funcionária que já teve filhos e netos: “O tamanho é normal? É assim mesmo?”. É, é assim mesmo. Ou seja: eu estava elaborando o tamanho…

Brasileiros – A minha mulher é a mesma coisa.
F.Y. –
Os homens não gostam desse assunto. Alexandre não gosta. Ele já falou assim: “Não estou achando engraçado vocês colocarem esses apelidinhos… O apelidinho é lhama…”

Brasileiros – Já colocou apelido!
F.Y. –
Olha que bobagem! Depois crescem, obviamente o foco da atenção da mulher vai ser o mesmo… tchuco-tchuco-tchuco… Eu já percebo o seguinte, claramente, é muito louco isso. É incrível… E eu amo o Freud, maravilhoso Freud, pra mim, a síntese da inteligência da narrativa de um fenômeno é o Complexo de Édipo. Que é a coisa mais linda do mundo. Aí, eu percebo: ó lá, eu já estou fazendo o meu estrago! E sinto até uma certa alegria de poder fazer uma parte do estrago. “Quem é o namoradinho da mãe???” (Ri) Que bobagem! Que namoradinho é esse? Ou seja, nós somos umas psicopatas. Eu não tinha experimentado o que era ter um filho homem. E realmente acho incrível que ele tenha nascido no dia 21 de julho, no dia em que terminei de escrever O Pau. E O Pau foi lançado dias depois da Playboy. A energia do feminino e do masculino estava ali vibrando muito. Eu olho para os homens com muita doçura. E eu percebo quanto os homens hoje em dia são puros e ingênuos. Simples. Óbvios. Muito simples.

Brasileiros – A mulher é muito mais complexa!
F.Y. –
O homem é de uma ingenuidade…

Brasileiros – Não só a anatomia que é mais complexa, porque tem curvas… Mulher é Niemeyer.
F.Y. –
Mulher tem 28 dias que é o tempo do calendário maia, que é o tempo do mar, das ondas, de todo o ciclo, uma coisa totalmente insana. E o homem, não, o homem com aquela precisão, aquela obviedade…

Brasileiros – O homem é chato, como a personagem Adriana escreveu no braço do cara sem-nome…
F.Y. –
Eu adoro homem hétero que assume isso! O Alexandre é um. Ele não tem paciência nenhuma com os homens héteros. Uma gente chata, uma gente desinteressante. Ele não tem interesse nenhum pelos homens.

Brasileiros – Mas nem eu! Que interesse eu vou ter por homem?!
F.Y. –
É verdade. Eu mesma vou lhe dizer: “Eu acho as mulheres mais interessantes”. Como artista, eu acho muito mais intrigante a personagem feminina que a masculina. Mesmo na sua ignorância, elas conseguem ser poéticas. E os homens, não.

Brasileiros – O homem é criado desde pequeno na cultura de ter o pau grande pra conquistar as mulheres. Depois, é obrigado a ouvir umas frases. Tem uma frase horrorosa que eu acho idiota: “Mulher não gosta de pau, quem gosta de pau é veado…”. Quer dizer, vamos ser obrigados a sair com travestis?
F.Y. –
Não, não, mulher gosta de pau. Mulher que gosta de pau gosta de pau. Eu já cruzei por aí com mulheres que dizem categoricamente que têm pavor absoluto, o que muito me choca, porque eu tenho de concluir que, gente, o pau é um design perfeito! Tanto que tudo é fálico.

Brasileiros – É isso mesmo. Os arranha-céus… Os obeliscos… A Torre Eiffel…
F.Y. –
Toda a arquitetura… objetos que a gente utiliza, os mais prosaicos…

Brasileiros – A garrafa…
F.Y. –
A garrafa… o desodorante… a caneta… É um design perfeito e é lindo, porque é tão… maravilhoso… Eu acho muito estranho que isso não seja de percepção geral, das mulheres no geral. Não gostar de pau é uma das coisas mais estranhas que uma mulher pode fazer. A minha grande deficiência no meu projeto de me tornar gay sempre foi o pau, o pau é uma coisa impressionante, eu não posso abandonar! Eu acho uma falha de caráter minha não ter conseguido, mas a verdade é que não consegui porque rejeitar o pau é de uma estupidez que eu não posso cometer. Eu não posso. Não posso dizer para que os outros não cometam. Mas abandonar o fenômeno que são as mutações do pau…

Brasileiros – O impressionante é que ninguém mais faz o que ele faz. Ninguém.
F.Y. –
(Ri) Só ele faz o que ele faz.

Brasileiros – Agora, entre as várias lições que aprendi no teu livro, esta é intrigante: como é que o pau fica duro e de repente não fica na mesma situação?
F.Y. –
Quantas merdas já não foram feitas e cometidas por causa desse imprevisto que é o pau endurecer e também em circunstâncias em que o pau brocha… Olha, quantos imprevistos!

Brasileiros – Agora, fico espantado como os homens têm orgulho do seu pau! O Michael Koellreuter mostrava pra todo mundo uma foto na praia, pelado, com seu imenso pau! O Beto Carrero…
F.Y. –
O Beto Carrero também?

Brasileiros – O Beto Carrero falava com a maior seriedade que ninguém tinha um pau do tamanho do seu. Dizia isso com a maior seriedade.
F.Y. –
Uma amiga minha, cujo pai morreu, foi arrumar as coisas dele e encontrou uma foto dele novinho, debaixo de uma cachoeira, com o pauzão de fora. E ela, chorando: “Não, eu não quero, não quero essa imagem!”. Ela falou: “Isso é incongruente, meu pai foi sempre um homem sério, discreto. Não sexualizado”.

Brasileiros – Meu pai tem 93, vive de hospital em hospital. As enfermeiras comentam entre risinhos…
F.Y. –
Comentam entre risinhos…(ri)

Brasileiros – Sobre o pau dele! Ele tem pau grande. Não vão fazer nada com o pau dele…
F.Y. –
Claro que não! Eis a questão: aí o politicamente correto, o raciocínio temeroso não nos permite falar sobre o pau porque parece que estamos sendo abusivos, falar da sexualidade… E é o contrário, quanto mais você fala, menos você faz. Por isso que falar é muito importante. O pervertido não fala. Atua em outras instâncias. Falar é necessário. Mas que é um assunto perigoso e que às vezes causa estranhamento, é. Eu li e escrevi nove livros. Esse livro, minha mãe não comentou nada a respeito. E olha que eu já escrevi livros bem difíceis. Inclusive um, que é o Efeito Urano que é sobre, praticamente, o assunto oposto, que seria a xoxota. Eu descrevo duas mulheres, um relacionamento amoroso entre elas e que é muito intenso. O Pau é um livro que, pra divulgar, foi muito difícil. Porque as pessoas não queriam falar o nome do livro. Por exemplo, o Faustão, de quem eu gosto muito, que é uma pessoa que sempre foi generosa com meu trabalho foi divulgar e falou: “O novo livro da Fernanda Young…”, e não falou o nome. Eu achei muito engraçado… As pessoas que falaram foram a Hebe Camargo e o Luciano Huck. No mais, as pessoas não conseguiram proferir esse nome. E teve um jornalista que fez uma matéria muito boa comigo que falou que estava muito feliz porque pela primeira vez ia poder escrever o pau. É uma palavra que não se pode escrever em jornal.

Brasileiros – E isso acontece num país conhecido no mundo pelas mulheres seminuas.
F.Y. –
Nós somos o País da bunda. Mas a bunda está aí porque o pau existe! (Ri)

Brasileiros – Achei interessante você falar no teu livro sobre a independência do pau.
F.Y. –
É uma vida com inteligência própria…

Brasileiros – Quando você diz que os paus não obedecem aos seus donos; os donos é que obedecem aos seus paus. Os homens vão para onde seus paus apontam.
F.Y. –
É muito bom.

Brasileiros – Você diz no livro: “Os paus duros comandam o mundo…”. O que me fez lembrar de uma cena em que uma mulher, uma bela mulher está em um escritório e, de repente, o dono do escritório abre a braguilha…
F.Y. –
Eu já ouvi muitas histórias assim. Graças a Deus, nunca passei por nenhuma. Mas eu já escutei.

Brasileiros – Uma amiga minha me contou. Ela é atriz.
F.Y. –
Ela contou? Me conta, o que ela contou.

Brasileiros – Ela estava em uma campanha política, entrou no escritório de um empresário muito conhecido e com ótima imagem, seríssimo…
F.Y. –
Tipo tradição, família e propriedade?

Brasileiros – Nem tanto, mas…
F.Y. –
E aí do nada…

Brasileiros – O cara abriu a braguilha…
F.Y. –
E ela?

Brasileiros – Fugiu… A atriz…
F.Y. –
Com atrizes acontece bem mais. Inclusive, nós bem sabemos, que ainda há um exercício de poder que passa pelo sexual e, enfim, de troca de favores. Tudo isso de certa forma eu digo em O Pau. Implícita ou explicitamente, esse tipo de negociação vem desse tesão louco que esses homens têm. O pau é uma coisa que não acaba, porque vocês têm testosterona… Vem antes do pau, inclusive.

Brasileiros – Agora, para as mulheres é uma vantagem: elas veem a coisa… veem o tamanho. Enquanto os homens não veem nada!
F.Y. –
Nós somos muito mais ardilosas, mais maliciosas, nós somos muito mais mentirosas e vou te dizer mais: a gente quando faz merda, faz bem melhor. Vocês não sabem de nada. Diferentemente da vaidade do homem, a mulher tem uma necessidade de sobrevivência que inclui o segredo, o mistério, a mentira. São artifícios de sobrevivência. Em momento nenhum nós estamos em descanso.

Brasileiros – E as joias, como vão?
F.Y. –
Eu fiz uma coleção de joias com pau que é maravilhosa. Eu fiz um pau cravejado de brilhantes.

Brasileiros – É o tal do… Caralho?
F.Y. –
Caralho cravejado de brilhantes! Eu fiz. Tive essa cara de pau de fazer. Eu coloquei a personagem do livro como designer de joias e criei uma coleção. Está fazendo mais sucesso no exterior do que aqui. O pau aqui sofreu rejeição. Tanto que eu só vendi no Brasil um pau. E para um gay. Porque mesmo as mulheres, olhando a coleção, quando chegavam no pau tomavam um susto. Em uma das lojas, a moça me falou: “Fernanda, infelizmente eu tenho de lhe dizer que a gente vai ter de tirar o pau, porque está provocando uma reação”. Eu falei: “O quê??? O pau é um símbolo de proteção! Assim como a figa. A figa é a xoxota”. No xintoísmo, no induísmo, na Grécia, o mito de Príapo, isso é uma coisa que eu venho lendo há muito tempo, que eu sempre me interessei, obviamente, por pau. A coleção foi lançada em dezembro, o livro em novembro e a Playboy em novembro. Estou fazendo alguns contatos muito seguros, acabei de vir de Paris. A Kate Moss encomendou. Tem uma galeria do Marais que vai vender. Entretanto, estou com dificuldades para comercializar meu pau no Brasil.

Brasileiros – A verdade é que, tanto nas joalherias, como nas livrarias, está acontecendo com o pau a mesma coisa que com o próprio pau: ele fica escondido. Os caras não estão expondo o pau.
F.Y. –
Não estão expondo o pau, mas eu não vou me aborrecer, porque eu vejo retorno concreto…

Brasileiros – Que é a cultura do homem. Você vê, a gente estava planejando uma edição especial sobre homem e só se falou de empresários, artistas… Ninguém se lembrou do pau!
F.Y. –
O pau é muito importante. O pau é realmente importante. Eu sou louca por pau!

Para as fotos desta entrevista, Fernanda Young teve maquiagem e cabelo de Gill Almeida, e figurino de Renata Young

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