Após o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendar, por unanimidade, a rejeição das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que o resultado era esperado, mas que pressões externas influenciaram a decisão dos técnicos. Agora, o tribunal apresentará sua recomendação ao Congresso Nacional, que deverá aprovar ou não as contas do governo.
“As previsões que estavam sendo feitas era de que teríamos esse parecer do TCU sobre as contas de 2014. É importante dizer que é apenas uma opinião. Esse parecer será discutido e votado no Congresso, que é quem vai dar a última palavra. Tenho certeza de que os argumentos apresentados pelo governo serão considerados aqui”, disse Costa.
Para o senador petista, a discussão no TCU foi técnica, mas houve pressão política que interferiu no resultado. “Pela primeira vez há rejeição de contas de um presidente da República e sabemos que várias contas com problemas muito maiores já foram aprovadas com ressalvas. Tudo aquilo que foi arrolado como irregularidade já foi praticado em governos anteriores e o TCU nunca teve uma posição como essa”.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou que a sinalização dada pelo TCU não é boa. “Uma recomendação de desaprovação de contas não é uma coisa agradável para ninguém. O clima político não ajuda, mas não terminou. Caberá agora à Comissão Mista de Orçamento, composta por deputados e senadores, fazer a avaliação do que foi votado no TCU. Na fase final, haverá julgamento pelo Congresso. A crise política não está ultrapassada, infelizmente”.
Na avaliação do líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), a reabertura no Tribunal Superior Eleitoral de ação de investigação eleitoral em que o PSDB pleiteia a cassação dos mandatos da presidenta Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer e a falta de quórum por dois dias consecutivos para a apreciação dos vetos presidenciais sinalizam a deterioração do governo. “É um parecer técnico muito bem fundamentado do que se chama crime de responsabilidade. É com esse aval que a Câmara terá condições de discutir admissibilidade do afastamento ou não da presidenta”.
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