Um submarino perdido em alto-mar, um lenhador em busca de sua amada, um assassino que se faz vítima de seus próprios crimes e um morto que ressuscita pelo menos quatro vezes durante o filme. Sim, esses são alguns elementos do longa canadense The Forbidden Room, dos diretores canadenses Evan Johnson e Guy Maddin, que estará em cartaz na 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Tendo como ponto de partida este contexto, uma análise convencional não caberia para esse filme, uma vez que o telespectador é o protagonista. Durante duas horas a trama gira em torno da incansável busca do lenhador Cesare (Roy Dupuis) pela bela Margot (Clara Furey), que foi raptada por um grupo de homens denominados Lobos Vermelhos. Para compor o enredo, pequenas histórias se entrelaçam de maneiras totalmente inusitadas e o telespectador é obrigado a construir uma linha de raciocínio entre os diversos planos que se iniciam e se encerram esporadicamente.
Outro fato que chama bastante atenção é a fotografia do filme, que explora um lado psicodélico e sobrenatural do cinema, por meio de movimentos de câmera bruscos e inesperados e forte contraste entre as cores. Indiretamente, Maddin segue linhas do expressionismo alemão, buscando uma abstração do mundo real, onde os personagens deixam de ser um elemento ligado a moral, ou a qualquer obrigação social.
O elenco conta com Mathieu Amalrick, Maria de Madeiros, Roy Dupuis e Clara Furey, entre outros.
Vale pena assistir ao filme, porém, antes de entrar na sala, deixe o mundo real do lado de fora e mergulhe de cabeça no universo sobrenatural construído por Maddin, onde a lógica e a moral são termos extintos. Caso contrário, sugiro a escolha de outro filme.
Confira a programação completa da 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
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