Os presidentes russo, Vladimir Putin, e sírio, Bashar Al Assad, afirmaram nesta quarta-feira (21) que as operações militares na Síria estão permitindo conter o terrorismo e que a estabilidade política do país pode ser alcançada. A afirmação foi feita durante uma visita-surpresa de Assad a Moscou.
“Estamos preparados para dar a nossa contribuição, não apenas durante as hostilidades armadas na luta contra o terrorismo, como também durante a retomada do poder político”, disse Putin a Assad, segundo comunicado da Presidência da Rússia. Nas declarações que fez à imprensa, o líder sírio destacou a importância da campanha de bombardeios aéreos russos que, segundo ele, tem permitido conter o terrorismo no país.
“O terrorismo, que atualmente se espalhou pela região, teria tomado áreas muito maiores e territórios muito maiores não fossem as suas ações”, disse Assad, que, citado por veículos de comunicação árabes, também afirmou que “o terrorismo é um obstáculo a uma solução política na Síria”. Para ele, os bombardeios vão permitir erradicar o terrorismo, este que vem impedidno uma saída por meio de negociações com os rebeldes.
De acordo com a agência síria Sana, Putin assegurou a Assad a disposição de continuar a apoiar política e militarmente a Síria e avaliar com outras potências internacionais uma resolução para a guerra. A visita de Assad a Moscou foi a primeira que o líder sírio fez desde o início do conflito, em março de 2011.
Rússia e EUA fazem acordo por espaço aéreo da Síria
O ministério da Defesa russo e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos assinaram, nesta terça-feira (20), um acordo de segurança para o uso do espaço aéreo da Síria. O objetivo é evitar choques acidentais , já que russos e e norte-americanos promovem operações militares no país.
O porta-voz do Pentágono (sede do Departamento de Defesa americano), Peter Cook, explicou que o acordo prevê o uso de frequências de comunicação – uma das quais em solo – entre militares dos dois países. Os termos também estabelecem uma distância mínima de segurança para os aviões de combate.
Cook enfatizou ainda que o acordo não significa nenhuma espécie de cooperação com os russos. Segundo ele, o governo dos Estados Unidos considera a intervenção da Rússia na Síria contraproducente e acredita que a guerra só tende a piorar.
Sobre o acordo firmado, o ministro da Defesa da Rússia, Anatoly Antonov, afirmou que esperava assinar um documento mais substancial que estabelecesse uma cooperação nas operações militares. O ministro acusou os Estados Unidos de negligenciarem a lei internacional ao comandar uma coalizão internacional contra posições do Estado Islâmico no país.
Antonov afirmou, ainda, que as operações militares lideradas pelos norte-americanos não têm autorização do governo da Síria e não foram previstas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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