População de arara-azul triplica em três décadas no Pantanal

Arara-azul: cada vez menos raras nos céus do Pantanal - Foto: EBC
Arara-azul: cada vez menos raras nos céus do Pantanal – Foto: EBC

Foram necessários 35 anos para que a população de arara-azul triplicasse no Pantanal, Mato Grosso do Sul. Os responsáveis foram poucos, mas insistentes. Tudo começou com o sonho de uma jovem bióloga que, recém formada nos anos 1980, decidiu dedicar sua vida e carreira para salvar a espécie.

De acordo com o Instituto Arara Azul, existem no Pantanal 5 mil animais. Parece pouco, mas esse número já foi de 1,5 mil em 1980. “Contando as aves que vivem no entroncamento do Tocantins, Maranhão e Bahia, temos um total de 6,5 mil pássaros”, contabiliza a bióloga Neiva Guedes, fundadora do instituto e dedicada a salvar essa espécie rara desde 1989.  

Ela explica que as araras são facilmente caçadas porque precisam de árvores de tronco mole para escavar seus ninhos. Como no Pantanal existem apenas uma única espécie com essa característica, a manduvi, os caçadores vão direto a ela. “O tronco delas é largo, alto; endereço de 90% dos ninhos”, diz. “Mas os desmatamentos também ameaçam a espécie.

Neiva Guedes: sonho de bióloga recém formada vira realidade - Foto: Wanderley Preite Sobrinho/Brasileiros
Neiva Guedes: sonho de bióloga recém formada vira realidade – Foto: Wanderley Preite Sobrinho/Brasileiros

Esses contrabandistas encontram compradores em diversas partes do mundo dispostos a desembolsar muito dinheiro para aumentar suas coleções de aves raras que terminam empalhadas em alguma estante.

Principal financiador do instituto, a Fundação Toyota do Brasil se uniu ao Instituto Arara Azul para tornar real os planos de Neiva, que não dispunha de estrutura para avançar sobre o Pantanal e cuidar dos ninhos. Nasceu, então, o projeto Arara Azul, que monitora 599 ninhos espalhados por 57 fazendas da região.

A fundação fornece picapes Hilux 4X4 para chegar às áreas de difícil acesso. “A Neiva é a mãe do projeto. Ela nos procurou há mais de 20 anos e desde então a gente contribui”, explica o presidente da Fundação Toyota, Ricardo Bastos. “No ano passado foi lançada uma campanha para que as pessoas adotem um ninho. Já são 45 cinco adotados e R$ 400 mil captados.”

Neiva acabou homenageada na última quarta-feira (21) em um almoço oferecido pela montadora em um hotel em São Paulo. A bióloga se emociona quando se recorda de como tudo começou. “Eu estava recém formada, pensei em todo o projeto e fui atrás de patrocínio. No fim, uma ideia terminou como o projeto da minha vida.”

A arara-azul se une e acasala com apenas um parceiro durante toda a vida - Foto: EBC
A arara-azul se une e acasala com apenas um parceiro durante toda a vida – Foto: EBC


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