Denise Stoklos apresenta “Vozes Dissonantes” em bibliotecas públicas de SP

Foto: Thais Stocklos/Divulgação
Foto: Thais Stocklos/Divulgação

A atriz, autora e diretora Denise Stoklos apresenta o monólogo Vozes Dissonantes pelo Circuito Municipal de Cultura de São Paulo. Serão seis sessões gratuitas, a partir desta quarta-feira (28), em bibliotecas públicas da cidade.

O espetáculo foi criado em 1999, durante as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil, e reconta a trajetória política e social do país a partir de personagens históricos, como Padre António Vieira, José Bonifácio, Sérgio Buarque de Holanda e Milton Santos.

Em entrevista à Brasileiros!, Denise falou sobre as ideias apresentadas por esses pensadores, sobre a presença de muitas outras “vozes dissonantes” no Brasil contemporâneo, e sobre seu novo trabalho, que estreia em novembro. Confira.

Vozes Dissonantes é um monólogo seu de 1999. Como surgiu o espetáculo e o que mudou de lá pra cá?
Ele foi feito por ocasião das comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. Havia muita coisa acontecendo naquele ano, de forma muito celebrativa, mas eu achei que devia ter algo que refletisse sobre a chegada dos portugueses. O então presidente da Comissão Comemorativa do V Centenário, embaixador Lauro Moreira, pediu que eu fizesse um espetáculo mais ou menos parecido com “500 Anos – Um Fax Para Cristóvão Colombo”, que eu tinha apresentado em 1993/1994, para os próprios espanhóis, sobre a destruição da cultura dos índios [americanos]. O Lauro acabou sendo demitido do cargo, mas estreei mesmo assim, fora da programação oficial, e desde então nunca mais parei.

Na época da estreia, o espetáculo perdeu o apoio do Comitê de Comemoração do 5º Centenário. Como você avalia esse episódio atualmente?
É uma pena. O que lembramos dessas celebrações? Não ficou nada. Essa peça, que não tinha lugar dentro das comemorações, acabou ficando até hoje. Estamos apresentando ainda, e é motivo de levar as pessoas ao teatro. O Brasil tem uma história comovente e muito bonita, e pensando nela é que vamos ficar fortes. Eu achei apropriadíssimo apresentar agora na periferia de São Paulo, porque é uma aula de história.

Nessa montagem, você traz como referências personagens da história do Brasil, como Padre António Vieira, José Bonifácio, Sérgio Buarque de Holanda e Milton Santos. O que eles têm a dizer hoje ao País?
Todos eles lutavam por um outro país que não este. Um país mais livre, mais humanitário. Eles prepararam revoluções em favor dos menos protegidos, do povo brasileiro. E todos continuam com suas mensagens altamente atualizadas, que nos livram do derrotismo, do negativismo. A poesia ainda é algo que salva o país, constrói saídas e nos dá respostas.

Na sua opinião, quem assume esse papel de ‘voz dissonante’ hoje no Brasil?
É difícil falar de uns e deixar de destacar outros, mas são todos aqueles que têm muita atenção para os fenômenos sociais e políticos do País. São pensadores, escritores, intelectuais. Há uma sensação de que não temos representantes, mas é o contrário, temos muitas “vozes dissonantes”, que nos estimulam a continuar o Brasil que atenda pela nome de futuro, um país jovem, que pode ser resposta para toda uma Europa velha.

E a que você tem se dedicado ultimamente? Há projetos em andamento?
Estou criando um novo espetáculo, “Vendo Gritos e Palavras”, que estreia dia 13 de novembro, no Sesc Consolação. São textos de Julio Cortázar, um autor do realismo fantástico argentino, que, como todos os autores sul-americanos, discutiu o desmonte da lógica dos ditadores. E o título da peça eu tirei de um dos contos dele, que traz o verbo “vendo” no sentido de vender e de enxergar. O teatro é o lugar para ver o ator gritar palavras e sussurros.

Serviço

Vozes Dissonantes, com Denise Stoklos
Dia 28/10, 19h, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima – Av. Henrique Schaumann, 777. Pinheiros. Zona Oeste. Tel. 11 3082-5023.
Dia 3/11, 14h, no Ponto de Leitura Jardim Lapenna – R. Serra da Juruoca, s/nº – Jardim Lapenna. Zona Leste. Tel. 11 2297-3532.
Dia 6/11, 19h, na Biblioteca Pública Mário Schenberg – R. Catão, 611, Lapa. Zona Oeste. Tel.: 11 3672-0456 e 11 3675-1681. 
Dia 7/11, 16h, na Casa de Cultura Chico Science – Av. Tancredo Neves, 1265 – Moinho Velho. Zona Sul. Tel.: 11 2969-7066. 
Dia 18/11, 18h, na Casa de Cultura Palhaço Carequinha – R. Prof. Oscar Barreto Filho, 252 – Capela do Socorro. Zona Sul. Tel.: 11 5531-0382.  
Dia 23/11, 20h, na Biblioteca Mário de Andrade – auditório – R. da Consolação, 94, Consolação. Próximo da estação Anhangabaú do metrô. Centro. Tel.: 11 3775-0002.
Dia 24/11, 14h30, na Biblioteca Pública Pedro Nava – Rua Helena do Sacramento, nº 1.000 – Mandaqui. Zona Norte. Tel.: 11 2973-7293.

Entrada Gratuita


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