Os testes em uma das caixas-pretas do avião da companhia russa MetroJet que caiu na península egípcia do Sinai confirmaram o caráter “violento e rápido” dos acontecimentos que levaram à queda da aeronave.
A informação foi divulgada em Paris por uma fonte próxima do dossiê que contém os dados das caixas pretas, citada pela agência francesa AFP. A mesma fonte indicou que os testes feitos nas duas caixas-pretas, cruzados com os dados recolhidos no local do acidente e a experiência dos investigadores, permitem “privilegiar fortemente” a hipótese de que um atentado causou a queda do avião russo.
Segundo os dados fornecidos pela caixa, tecnicamente designada Flight Data Recorder (FDR) e que registra todos os parâmetros técnicos do voo “tudo estava normal, absolutamente normal durante o voo e, de repente, não há mais nada”, indicou a mesma fonte.
“Isto dá a sensação de rapidez, do caráter imediato” dos acontecimentos, informou a fonte, em um momento em que as duas caixas pretas do aparelho, uma que contém os parâmetros do voo e outra que registra as conversas da tripulação, foram analisadas.
O Airbus A321 da companhia Metrojet caiu no sábado no Sinai, após ter descolado da estância balneária egípcia Sharm el-Sheikh com destino à cidade russa de São Petersburgo, deixando 224 mortos.
A descodificação do Flight Data Recorder e do gravador de vozes de cabine (Cockpit Voice Recorder) do aparelho indica que “tudo estava normal”, tanto ao nível dos mecanismos como das conversas, até ao 24.º minuto do voo, referiu a fonte, que pediu anonimato. A partir desse momento, acrescentou a fonte, as duas caixas-pretas do aparelho deixaram de funcionar abruptamente, sendo percetível “uma descompressão explosiva muito repentina”.
A autoria do desastre foi reivindicada pelo grupo radical Estado Islâmico (EI).
As autoridades norte-americanas e britânicas declararam ser possível que um explosivo tenha causado a queda do avião, enquanto o Egito e a Rússia pediram paciência antes de tirar conclusões até que os resultados da investigação sobre o acidente sejam conhecidos.
Com Agência Brasil*
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