Todos os médicos deveriam prescrever medicamentos genéricos para aumentar a adesão ao tratamento, melhorar a saúde dos pacientes e diminuir os custos das terapias. É o que indica diretriz do American College of Physicians (ACP) publicada na segunda-feira (23) no Annals of Internal Medicine.
O grupo diz que, embora o uso de medicamentos genéricos tenha aumentado, ainda há médicos que frequentemente prescrevem medicamentos de marca -mesmo quando há uma opção genérica tão efetiva quanto e mais barata.
A recomendação é resultado de um estudo de revisão (quando um grupo de especialistas faz uma pesquisa com base em outras já publicadas). No artigo, os pesquisadores tentaram responder as seguintes perguntas antes de chegarem à recomendação:
1) Com que frequência um medicamento de marca é usado quando há uma versão genérica disponível?
2) Como o uso de medicamentos genéricos influenciam a adesão ao tratamento?
3) Qual é a evidência de que medicamentos de marca e genéricos têm efeitos clínicos semelhantes?
4) Quais são as barreiras para aumentar a utilização de medicamentos genéricos?
5) Que estratégias podem ser utilizadas para promover a redução de custos por meio de uma maior utilização de medicamentos genéricos?
Os pesquisadores do ACP, então, procuraram bons estudos que respondessem a essas questões. Um deles, feito por uma associação de pacientes de diabetes, concluiu que prescrições com remédios de marca ainda são feitas em até 45% das receitas. Também, segundo a pesquisa, cerca de US$ 1.4 bilhões poderiam ter sido economizados se essas receitas tivessem sido preenchidas com medicamentos genéricos ou similares.
O ACP detectou ainda que o uso de medicamentos genéricos aumenta a adesão ao tratamento. Estudos associam o alto preço desses compostos com o abandono da terapia. Receitas para medicamentos de marca são duas vezes mais abandonadas que as para medicamentos genéricos.
De acordo com a entidade, a grande maioria dos estudos mostra que medicamentos genéricos são tão eficazes quanto os de marca.
Com tudo isso, a pergunta que faltou responder é: se os medicamentos genéricos são mais baratos, frequentemente eficazes e aumentam a adesão ao tratamento por que, então, eles não são mais prescritos?
Segundo o ACP, ainda há a crença de que o medicamento genérico possui menor eficácia por ser mais barato –e essa crença envolve ainda tanto pacientes, quanto médicos.
Outro ponto é o aspecto e aparência física dos genéricos, que muitas vezes confundem o paciente. Essa variação de aparência das pílulas também foi associada a menor adesão a terapias.
E quais estratégias podem fazer com que os genéricos sejam mais receitados?
Para o ACP, um sistema eletrônico de receitas com o equivalente genérico do medicamento poderia contribuir para que esses compostos fossem mais receitados por médicos. A educação médica acerca dos estudos que envolvem os genéricos também poderiam contribuir para o aumento no número de prescrições.
Também, como é feito com o medicamento de marca, amostras grátis de genéricos poderiam ser providenciadas. Sabe-se que a distribuição dessas amostras contribuem para que médicos passem a receitá-las.
Por último, campanhas de esclarecimentos para a população em geral podem ser mais outro recurso.
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