Distante da presidenta Dilma Rousseff desde que seu colega de partido, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu pedido de impeachment contra ela, o vice-presidente Michel Temer também praticou as chamadas pedalas fiscais, o principal argumento da oposição para o pedido de afastamento.
Entre novembro de 2014 e julho de 2015, Temer, quando ocupou a cadeira da presidência, assinou sete decretos que abriram crédito suplementar de R$ 10,8 bilhões. Diante dessa revelação, a oposição também vai pedir ao TCU (Tribunal de Contas da União) que investigue esses atos, informa o jornal O Estado de S. Paulo.
Os decretos assinados por ele este ano têm volume financeiro três vezes supeior aos de Dilma. Um deles, do dia 26 de maio, liberou R$ 7,3 bilhões. Sempre sob a mesma justificativa: “Os recursos necessários à abertura do crédito decorrem de excesso de arrecadação”, de “superávit financiero apurado no Balanço Patrimonial da União do exercício de 2014” e “anulação parcial de dotação orçamentária”.
De acordo com o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Temer pode acabar incluído no processo de impedimento. “Se a conclusão for de que o vice também cometeu crime de responsabilidade, é óbvio que o processo de impeachment deve ser ampliado e os dois deverão ser colocados no mesmo banco dos réus”, ameaçou o tucano.
A notícia não é nada boa para Temer, que espera ocupar a cadeira de presidente em caso de afastamento da petista. Para garantir apoio, já se distancia do governo. Na semana passada deixou Brasília no meio da crise e, ontem, enviou uma carta para Dilma em que se diz “menosprezado” pela presidenta.
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