Delcídio recebeu US$ 10 milhões de propina durante governo FHC

Foto: Senado Federal/ Agência Brasil
Foto: Senado Federal/ Agência Brasill

Em acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou aos procuradores da Operação Lava Jato que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) recebeu propinas no valor de US$ 10 milhões durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1999 e 2001. No último dia 25, o parlamentar foi preso sob acusação de tentar obstruir a investigação da Polícia Federal na Lava Jato.

Durante o mandato do tucano, Delcídio ocupava a diretoria de Óleo e Gás da estatal, e Nestor Cerveró era um dos gerentes da pasta. O pagamento do suborno teria sido feito na aquisição de turbinas para uma termoelétrica no Rio de Janeiro, a TermoRio, por US$ 550 milhões, informa o jornal Folha de S.Paulo. Na época, o País vivia o temor dos apagões, e a Petrobras tinha pressa em construir novas termoelétricas para suprir a alta demanda de energia e os erros da gestão FHC.

Os US$ 10 milhões repassados ao senador foram intermediados pelo lobista Afonso Pinto Guimarães, responsável pela empresa Alstom no Rio de Janeiro. Documentos apreendidos pela Polícia Federal com o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, traziam os nomes “Nestor, Moreira e Afonso Pinto” e “Guimarães Operador Alstom BR pago p/ Delcídio”. As novas fases da delação de Cerveró prometem explicar detalhadamente como se deu essa operação. Moreira seria o ex-gerente da Petrobras, Luis Carlos Moreira, que participou do caso das turbinas.

A termoelétrica TermoRio, cerne da discussão, foi inaugurada em 2006, na Baixada Fluminense. Em 2008, já havia suspeitas de pagamento de propina relacionados à TermoRio e à Alstom.  Um empresário relatou à Polícia Federal na época que emprestou contas para a Alstom pagar propinas de US$ 550 mil e € 220 mil para a Petrobras não atrasar o pagamento das turbinas.

A empresa francesa ainda é alvo de uma série de investigações sobre uma formação de cartel para concorrer às licitações do metrô e da CPTM de São Paulo, sob o governo do também tucano Geraldo Alckmin.


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