O nome Luiz Chagas é mais que familiar para o leitor assíduo de Brasileiros. Colaborador regular da revista desde as primeiras edições o jornalista também assina, há mais de quatro anos, a coluna Discos. Nela, recomenda, a cada edição, lançamentos musicais imperdíveis. A lista de álbuns indicados por ele já ultrapassa duas centenas de títulos. Por meio das dicas de Chagas, o leitor pode atestar que nossa música popular vive momento fértil, e que não param de surgir bons compositores, letristas, intérpretes, instrumentistas, arranjadores e produtores.
O faro fino do jornalista para detectar produções de qualidade vem de longa data. Seduzido pelos acordes elétricos dos Beatles, dos Rolling Stones e de artistas locais, como Gato, do The Jet Blacks, o jornalista empunhou sua primeira guitarra no começo dos anos 1960. A paixão pelo instrumento ganhou força e novas perspectivas harmônicas e melódicas com a descoberta de heróis da guitarra como Eric Clapton, Jimi Hendrix e Jeff Beck. Na transição dos anos 1970 para os 80, Chagas foi fiel escudeiro de Itamar Assumpção, como integrante da banda Isca de Polícia que, desde a partida do genial Beleléu, em 2003, continua em plena atividade.
A compulsão de Chagas pela música tornou-se traço genético. Ele também é pai de dois grandes talentos, a cantora Tulipa Ruiz, que recentemente conquistou seu primeiro Grammy (leia depoimento da artista), e o músico e produtor Gustavo Ruiz. Com os filhos, além de ampliar o alcance de sua “antena” para novos artistas, também cai na estrada regularmente para shows dentro e fora do País e passa dias trancafiado em estúdios.
Após 50 anos de estrada musical, na noite desta quinta-feira, 10, Chagas revelará faceta pouco conhecida. O guitarrista subirá no palco intimista da Casa de Francisca, no Jardim Paulista, em São Paulo, para fazer sua primeira apresentação solo. O show contará com a presença dos filhos Tulipa e Gustavo, que dividirá guitarra e violões com o pai, das cantoras Suzana Salles, parceira de Chagas no Isca de Polícia, Juliana Khel e Juliana Perdigão, que também tocará clarineta e flauta transversal.
Intitulado E aí, Bello, Normal? – uma alusão ao bordão afetuoso do músico no reencontro com amigos – o show desta quinta-feira terá cerca de 15 composições, entre canções autorais de diferentes períodos, releituras de grandes influências, como os Beatles, e temas instrumentais escritos para o cinema em obras como Filme Demência (1986) e Anjos do Arrabalde (1987), ambos de Carlos Reichenbach (1945-2012), e Quincas Borba (1987), último filme do cineasta Roberto Santos, morto em 1989.
Por telefone, questionado se o show desta noite será o estopim de uma possível carreira solo, com direito a álbum ou uma série de apresentações, antes de se despedir, com um sorriso, Chagas condicionou: “Se o público assim exigir, por que não?” Normal, bello.
A apresentação terá início às 21h30. Saiba mais.
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