Barragem de Fundão não podia receber rejeitos de mina da Vale

A destruição causada pela Samarco - Foto: EBC
A destruição causada pelo rompimento da barragem – Foto: EBC
O processo de licenciamento da Barragem de Fundão, em Mariana, que se rompeu em 5 de novembro, não previa o transporte de minério da mina Alegria, da Vale, para o local controlado pela Samarco. A informação é da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A Vale responde afirmando que possui licença ambiental para depositar os rejeitos, e agora quem vai decidir é a Advocacia Geral do Estado (AGE), que vai analisar os argumentos. 

Para o Ministério Público Federal (MPF), a Vale também deve ser responsabilizada pelo rompimento da barragem, junto com a BHP Billinton, que também é dona da Samarco. Segundo reportagem do jornal Estado de Minas, indícios apontam aumento da deposição de rejeitos da Vale no reservatório da Samarco nos últimos anos.

A empresa garante que depositava apenas 5% do volume recebido na represa, mas a última informação do MPF dá conta de que, em 2014, 28% dos efluentes líquidos lançados em Fundão foram fruto da atividade da Vale na Mina da Alegria, em Mariana. 

O relatório mostra que entre 2012 e 2014 o percentual de rejeitos líquidos da Vale passou de 11,8% em 2012 para 28% em 2014 em Fundão. Já com relação aos rejeitos sólidos, saltou de 24% para 36% no ano pasado.

Em nota, a Samarco afirmou que confirma a existência de contrato com a Vale para utilização de barragem de rejeitos. Já a Vale, afirma que detém licença ambiental para fazer a transferência do rejeito até o ponto determinado pela Samarco.

A mineradora também teria um contrato de disposição de rejeitos finos que define a Samarco como a empresa responsável pela gestão, controle e operação dessa disposição.



Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.