O vice-presidente Michel Temer pode até negar, mas é difícil acreditar que não esteja “conspirando” para ficar no lugar da chefe, Dilma Rousseff, como afirmou Ciro Gomes. Depois de enviar uma carta dizendo-se ignorado pelo Palácio do Planalto, Temer decidiu se voltar para dentro do partido que preside, o PMDB, para angariar aliados que fiquem a seu lado se o impeachment vingar.
Depois da fatídica carta enviada à presidenta, Temer passou a articular dentro do partido. Começou colocando um aliado seu e de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, na liderança do partido em substituição a um peemedebista simpático ao governo. Sai Leonardo Picciani (RJ), entra Leonardo Quintão (MG).
O próximo passo agora, diz o jornal O Estado de S. Paulo, é pressionar pela saída de ministros peemedebistas da Esplanada dos Ministérios, como Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
Em resposta, o Planalto ameaça demitir quem, indicado pelo PMDB para trabalhar no governo, agora apoia o impeachment. Para o deputado Lúcio Vieira (PMDB-BA), “nenhuma ação agressiva do Planalto será tolerada”: “Se fizerem isso, vamos reagir com a convocação de uma convenção nacional e promover o rompimento definitivo com o governo”, ameaçou.
Depois de cooptar todo o PMDB, diz o jornal, Temer planeja trazer para si os outros partidos da base aliada com perfil conservador: PSD, PR, PTB e PP. Com adesão de tucanos, ele teria base para governar o País se não acabar afastado junto com Dilma e com Eduardo Cunha.
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