No final da manhã desta segunda-feira (14) a obra da artista Tomie Ohtake instalada na Avenida Paulista, região central da capital, recebia os últimos ajustes. Os tapumes baixos não impediam a visão da escultura nem atrapalhavam as fotos de quem passava pelo local. A instalação, com 8 metros de altura, foi elaborada há três anos pela artista, que morreu em fevereiro deste ano, sem ver a concretização da ideia. A instalação foi aprovada pelo Departamento de Patrimônio Histórico em agosto.
A fixação da escultura ocorreu na madrugada e foi acompanhada pelo diretor do Instituto Tomie Ohtake, Ricardo Ohtake. “Ela acha importante que uma obra pública dialogue com a população e com o espaço público. Isso que é importante para ela. Então, essa obra na Paulista dialoga com a cidade inteira, porque todo mundo passa por lá”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Além dessa instalação, a artista tem esculturas em diversos outros pontos da capital paulista, como a Avenida 23 de Maio, o Vale do Anhangabaú, a Cidade Universitária e o Memorial da América Latina.
Impressões
Moradora de Cotia, cidade da Grande São Paulo, a enfermeira Marina Yashimoto disse que conhece o trabalho de Tomie principalmente pelas obras públicas. “Vi hoje de manhã, no jornal [que a obra havia sido inaugurada]. Aproveitei que ia passar na Paulista e passei por aqui”, contou após tirar umaselfie em frente à escultura.
“Ficou maravilhosa”, comentou a aposentada Romualda Alves que atravessou a rua para ver a obra mais de perto. “Amei”, enfatizou ela, que frequenta a região. “Eu amo a Paulista. Marco todos os meus médicos por aqui”.
A instalação da obra foi uma iniciativa da Associação Paulista Viva, patrocinada pelo CitiBank. Segundo a autorização do Departamento do Patrimônio Histórico, o banco também deve ficar responsável pela manutenção da escultura.
Nascida no Japão em 1913, Tomie chegou ao Brasil em 1936. Em mais de 50 anos de carreira, a artista participou de 20 bienais internacionais e fez mais de 120 exposições individuais no Brasil e no exterior. Além de participar de quase 400 mostras coletivas, recebeu 28 prêmios. Tem obras nos jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e do Mori Museum, também na capital japonesa. Morreu aos 101 anos, ainda trabalhando.
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