Por que as pedaladas de FHC podem e as da Dilma não?

Fernando Henrique bem que pedalou, mas eram outros tempo - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Fernando Henrique bem que pedalou, mas eram outros tempo – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Principal argumento da oposição para pedir o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, as “pedaladas fiscais” também foram praticadas por Fernando Henrique Cardoso quando ocupante do Palácio do Planalto. Ao contrário de Dilma, que pode ter seu caso julgado pelo Plenário da Câmara dos Deputados, FHC foi blindado por aliados e correu pouco perigo. Mas o que havia de tão diferente nas pedaladas da petista e do tucano?

A Constituição determina que um pedido de impeachment só se justifica quando um crime de responsabilidade é encontrado. Assim como a oposição agora afirma que a presidenta cometeu irregularidade ao retirar dinheiro de bancos estatais para cobrir gastos de programas sociais, FHC também comprometeu o Orçamento para socorrer um programa federal, mas voltado a salvar bancos brasileiros à beira da falência.

Na época, o governo criou o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional) com a justificativa de que o sistema bancário precisava se modernizar para receber investimento estrangeiro após a implantação do Plano Real. O que aconteceu, no entanto, é que boa parte dos R$ 30 bilhões (R$ 71,4 em valores atualizados) foi entregue a bancos à beira da falência.

Um dos beneficiados foi o Banco Nacional, que embolsou R$ 6 bilhões para saldar suas dívidas antes de ser vendido para o Unibanco, segundo reportagem de Carta Maior. A instituição pertencia à família Magalhães Pinto, cuja herdeira é Ana Lúcia Catão de Magalhães Pinto, casada com Pedro Henrique Cardoso, filho do ex-presidente.

Se não bastasse o destino duvidoso de tanto dinheiro, o governo silenciou sobre o impacto financeiro do programa. FHC vetou 14 dispositivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, de 1999, que pediam ao Executivo que fizesse uma prestação de contas sobre os gastos do Proer ao Congresso.

Protegido pelos aliados, nada aconteceu a Fernando Henrique, que viu o então presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), arquivar os quatro pedidos de impeachment abertos contra ele.


Comentários

6 respostas para “Por que as pedaladas de FHC podem e as da Dilma não?”

  1. Avatar de Guilherme Kaneko
    Guilherme Kaneko

    Wanderley Preite Sobrinho ser de esquerda e defender os seus pontos de vista são válidos. Mas o mínimo que vc deveria fazer é pesquisar um pouco antes de cirtar em seus textos dados que não condizem com a realidade.
    Querer utilizar o PROER para contradizer as pedaladas fiscais da Dilma foio seu maior erro. Primeiro porque o programa só existiu na “era” pré lei da responsabilidade fiscal, que foi promulgada no ano de 2001, o mesmo período que o programa PROER foi extinto.

  2. Avatar de Carlos André Góes
    Carlos André Góes

    A lei que define crimes de responsabilidade foi emendada em 2000 para incluir os dispositivos que estão sendo utilizados para impedir Dilma. Na época do FHC, a lei era outra. E, de todo modo, o que foi citado na reportagem não foi uma pedalada – que é o fato de um banco público financiar o ente federado que o controla e essa operação de crédito ser feita sem fundamento na lei orçamentária.

  3. FHC pedalou 2 bilhões. Lula pedalou 18 bilhões e Dilma pedalou 100 bilhões. Simples assim.

  4. Não pode, mas podia. A Lei de Responsabilidade Fiscal é de 2000/2001.
    Mania dos petistas em tentar justificar seus erros baseando-se na gestão do FHC.

  5. Ridiculo, quem pede impedimento é a câmara e senado e não voto popular.

  6. O ERRO SIMPLESMENTE É DA OPOSIÇÃO DA ÉPOCA, QUE NÃO SOUBE CONVENCER A POPULAÇÃO DO QUE ESTAVA ACONTECENDO. ESTÁ FALHA NÃO JUSTIFICA QUE O ERRO DEVE SER REPETIDO, ESTE GOVERNO ESTÁ DESTRUINDO O PAÍS, JÁ ACABOU!

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