Enquanto o recesso não acaba e o processo de impeachment aguarda para ser votado, o Palácio do Planalto se arma contra aqueles antigos aliados que agora defendem o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. A estratégia é simples: mandar embora da administração pública os apadrinhados de políticos que ajudaram a petista a chegar ao poder, mas agora se aproximam da oposição.
O governo mandou fazer um pente-fino em todos os cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões. Ao detectar os reais padrinhos dos cargos, vai pressioná-los a não votar contra o afastamento da presidenta ou mesmo negociar tais nomeações a quem preferir defender a permanência de Dilma no cargo.
Os apadrinhados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por exemplo, não devem ficar, informa o jornal O Estado de S. Paulo. Como o governo sabe da dificuldade de encontrar cada um dos nomes, a ideia é vasculhar indicações políticas até de governos anteriores, como os de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Itamar Franco (PMDB).
Embora não se tenha o número atualizado de apadrinhados, no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, 5 mil dos 22 mil cargos comissionados no governo eram divididos entre os partidos da base aliada.
Hoje, 18 siglas apoiam o governo, mas garantem apenas 250 votos contra o impeachment, número suficiente para salvar a presidenta, mas minguado para ajudar a governar. Esse pente-fino também servirá de munição para o governo negociar seu apoio aos candidatos a líderes do governo este ano.
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