Em novo vazamento, Cerveró cita Lula, Renan, Collor e governo FHC

Os senadores alagoanos Renan Calheiros e Fernando Collor - Foto: Ana Volpe/Agência Senado
Os senadores alagoanos Renan Calheiros e Fernando Collor – Foto: Ana Volpe/Agência Senado

Novos vazamentos da delação premiada do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró ameaçam comprometer gente da situação e da oposição. Os mais novos citados são os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Melo; o presidente do Senado, Renan Calheiro, e o governo Fernando Henrique Cardoso.

Embora não haja provas nem garantia de ilegalidade, é a primeira vez que Lula é citado diretamente no caso. Segundo Cerveró, o petista deu a ele um cargo público em 2008 em “ reconhecimento” por ter auxiliado em uma transação: na época, o agora delator teria ajudado a Petrobras a contratar a empresa Schahin Engenharia para operar um navio-sonda.

O contrato, de US$ 1,6 bilhão, teria sido um presente ao grupo Schahin, cujo banco teria repassado R$ 6 milhões para um empresário em Santo André (Ronan Maria Pinto) com informações “comprometedoras sobre o PT regional” (ABC Paulista), segundo a Polícia Federal, diz reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Outro ex-presidente citado foi Collor. A informação, vaga, diz que o agora senador pelo PTB-AL teria dito ao então diretor da estatal que a própria presidenta Dilma Rousseff lhe teria dado carta branca em um naco da Petrobras. “[Dilma] Teria dito [a Collor] que estavam à disposição de Fernando Collor a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora.”

Sobre o presidente do Senado, Cerveró afirmou que Renan teria reclamado da falta de repasse de propina previamente combinada. A cobrança teria ocorrido em pelo menos duas oportunidades. Na última, em 2012, Cerveró teria sido chamado ao gabinete do senador. Ao ser informado que a BR Distribuidora “não estava distribuindo propina”, Renan teria dito que “a partir de então deixava de prestar apoio político” a Cerveró.

Sobre o governo Fernando Henrique Cardoso, o ex-diretor da Petrobras disse a investigadores que foram US$ 100 milhões pagos em propina em 2002. O dinheiro foi usado na compra do conglomerado de energia argentino Pérez Companc (PeCom) pela estatal. O documento, no entanto, não esclarece quais integrantes do governo teriam recebido o dinheiro ilícito.

Renan, Collo e FHC negam as acusações. Lula não quis comentar.


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