Candidata derrotada à Presidência da República nas eleições de 2014, a ex-senadora Marina Silva (AC) ironizou em entrevista o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Para a líder da Rede Sustentabilidade, o impedimento é ilegítimo, embora acredite que ela e seu vice, Michel Temer, possam terminar cassados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Marina não conteve o riso ao comentar a condução do impeachment por ninguém menos que Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. “O impeachment conduzido pelo presidente Cunha [ri]… Ele deveria estar propondo o seu próprio afastamento”, ironizou, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Ela afirma que “impeachment não se fabrica”, mas precisam de fatos que o justifiquem. “Não se muda o presidente da República simplesmente porque a gente discorda dele.”
Para Marina, Dilma e Temer podem cair legitimamente apenas por uma decisão do TSE. “Há evidências fortes de que o dinheiro de toda essa corrupção generalizada […] alimentou a campanha da presidente e do vice-presidente. Se isso fica comprovado, eu repito, comprovado, a chapa deve ser cassada.”
Por essa razão, ela pede urgência: “No meu entendimento, o processo no TSE deve ser agilizado”. Marina pode se candidatar novamente caso a chapa Dilma-Temer seja impugnada pelo TSE. Mas ela diz que ainda não sabe se participaria da campanha: “Isso eu ainda não sei.”
Marina também criticou o ajuste fiscal, ao dizer que a saúde está “no fundo do fundo do fundo do poço” e que mesmo assim há quem defenda cortes no setor. “No momento em que havia pleno emprego, o seguro-desemprego era dado a torto e a direito. E quando há uma situação de grande desemprego, cria-se uma série de dificuldades para atrapalhar o cesso ao benefício.”
Deixe um comentário