A quarta manifestação do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento de tarifas em São Paulo terminou sem violência nesta terça-feira (19). O ato começou às 17h, no cruzamento da Avenida Rebouças com a Avenida Faria Lima. A marcha se dividiu em duas: uma parte foi em direção à prefeitura, no centro, e outra para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, no Morumbi.
O trajeto todo foi pacífico. Só houve tensão na chegada à Avenida Paulista. Por volta das 20h15, o choque tentou impedir o avanço do grupo que ia em direção à prefeitura. “Como no trecho Palácio, manifestantes estão envelopados”, denunciaram o MPL pelo Twitter. Era uma referência à fileira dupla de policiais ladeando a passeata.
O ato seguiu, no entanto. Segundo os cálculos do grupo, 7 mil foram para a prefeitura, enquanto “mil guerreiros e guerreiraças iam até o antipopular e longínquo palácio do Generaldo”, em referência ao Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do governador, no Morumbi, zona sul. Este grupo chegou em frente ao palácio por volta das 21h, minutos antes do primeiro grupo chegar ao centro.
Na região central, a proximidade dos manifestantes causou corre-corre. Comerciantes fecharam as portas e populares reorganizaram o trânsito para desviar do protesto. O grupo, no entanto, chegou festivo ao prédio da prefeitura aos cantos de “Tô boladão, não vou deixar o Geraldo aumentar tarifa não/Não vou deixar o Haddad aumentar o meu busão”.
No Morumbi, o jogral – recado falado ao megafone e repetido pelos manifestantes – começava: “Hoje viemos cobrar Alckmin e Haddad. Amigos dos empresários que aumentaram a tarifa e que seguem governando para os ricos”.
A passeata chegou às prefeitura às 21h30, também sem incidentes. Dez minutos depois e o protesto estava terminado depois de novo jogral.
Na periferia
Houve também dois protestos na periferia da capital, saindo do Capão Redondo, zona sul, e de Itaquera, zona leste, organizados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Até às 19h, dois manifestantes haviam sido detidos pela Polícia Militar. Um deles portava um estilingue e outro, um martelo.
Entenda
A Prefeitura e o Governo do Estado de São Paulo anunciaram que as passagens de ônibus, metrô e trem aumentariam de R$ 3,50 para R$ 3,80 em dezembro do ano passado. Desde então, o MPL organizou quatro protestos na cidade de São Paulo. Em dois deles, houve forte repressão da Polícia Militar, ação que foi condenada por diversos movimentos de direitos humanos e pela OAB-SP.
Leia mais: Duas catracas, duas medidas
Repressão gera violência ou violência gera repressão?
Revista indiscriminada é ilegal, diz OAB sobre ação da PM em protesto do MPL
Deixe um comentário