À frente nos últimos oito anos do Paço das Artes, que funciona dentro da Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, Priscila Arantes, diretora artística e curadora, lamenta o anúncio do fechamento do centro cultural. No entanto, atribui o ocorrido a um único aspecto: o fato de a instituição não ter tido uma sede desde a sua fundação.
O Paço funciona em um prédio da Secretaria de Estado da Saúde há 20 anos. Foi a secretaria, de acordo com Priscila, quem pediu o imóvel de volta para ampliar as dependências do Instituto Butantan. O museu tem 45 anos de vida. O paço já esteve na Avenida Paulista, Pinacoteca (sem funcionamento), no MIS (Museu da Imagem e do Som) e, finalmente, no campus da USP. “Desde que estou lá, essa situação acontece. Penso que agora chegou a hora de a Secretaria de Estado da Cultura ter um espaço próprio para o Paço. Eu vou me mobilizar para isso aconteça”, diz Priscila.
Com futuro incerto até agora, a única coisa que se sabe é que o Paço ainda abrigará a mostra do videoartista alemão Harun Farocki, com abertura marcado para o dia 28 deste mês. Com encerramento previsto para o final de março, será a última no endereço atual.
A exposição da artista Lenora de Barros, que estava marcada para abril, já foi transferida para uma das salas da Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Bom Retiro, região central da cidade. Outra parte da programação será transferida para o MIS – o Paço integra a mesma organização social responsável pelo museu dirigido por André Sturm.
O Paço das Artes tem hoje dez funcionários. De acordo com Priscila, o quadro deverá ser mantido, mas haverá pequenas alterações. Com orçamento de R$ 15 milhões destinados ao MIS e ao Paço em 2015, Priscila prevê corte de verba. “O momento é difícil, mas o Paço sempre foi e continua sendo um equipamento cultural importante da cidade. Eu realmente espero que a Secretaria de Cultura encontre uma sede para o museu.”
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