A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu neste domingo (31) à comunidade internacional uma ajuda de 794 milhões de euros (US$ 861 milhões) para atender às necessidades humanitárias do Iraque, que tem milhões de vítimas de guerra e de deslocados.
Nos últimos dois anos, 3,3 milhões de iraquianos foram forçados a sair de suas casas devido ao conflito com o grupo extremista Estado Islâmico (EI) e cerca de 250 mil sírios procuraram refúgio no Iraque, para fugir da guerra civil que afeta o país desde março de 2011.
“Queremos usar este dinheiro para ajudar 7,3 milhões de pessoas, aquelas que estão mais vulneráveis no Iraque”, afirmou, em uma conferência de imprensa em Bagdá, a coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande.
“A prioridade é ter acesso ao maior número de pessoas e fornecer-lhes o que precisam para sobreviver: alimentos, dinheiro, abrigos e água”, acrescentou.
Com a queda acentuada do preço do petróleo, o Iraque, país fortemente depende das receitas petrolíferas, não consegue responder aos custos crescentes da crise humanitária.
“O governo [do Iraque] não tem soluções, porque o preço do petróleo é muito baixo e é por isso que fazemos este apelo à generosidade da comunidade internacional”, afirmou a coordenadora humanitária.
Durante 2014, os ‘jihadistas’ do EI conquistaram vastas áreas do território iraquiano, sobretudo a norte e a oeste da capital Bagdá.
Com o apoio de uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, as forças iraquianas combatem em terra e tentam recuperar o controle das regiões dominadas pelo EI.
O número de deslocados iraquianos poderá aumentar ainda mais durante 2016, com os combates para a reconquista de algumas províncias, como é o caso de Al-Anbar e Ninive.
“Com a intensidade dos combates dos próximos meses, 11 milhões de iraquianos, talvez 12 ou até mesmo 13 milhões, poderão precisar de assistência humanitária até o final de 2016”, segundo o plano de resposta humanitária das Nações Unidas.
O mesmo documento prevê que mais de 500 mil pessoas terão de abandonar suas casas durante este ano, a maioria habitantes de cidades e de distritos localizados entre Mossul e Al-Anbar.
“Talvez um milhão de [pessoas] será afetado pela batalha de [reconquista] Mossul”, a segunda maior cidade iraquiana e o bastião dos ‘jihadistas’ no Iraque.
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