Grampos telefônicos plantados pela Polícia Civil para as investigações da Operação Alba Branca revelam que boa parte das ordens que articularam as fraudes na merenda escolar nas escolas do Estado de São Paulo partiu do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. As conversas saíram mais precisamente da Casa Civil, da sala de Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete do secretário Edson Aparecido, braço direito de Geraldo Alckmin (PSDB).
Teria partido de telefonemas de seu celular as orientações para a atuação de integrantes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), sob suspeita de superfaturar suco de laranja da merenda escolar e pagar propina para membros do governo em troca de contratos.
De acordo com as interceptações telefônicas, Moita orienta o lobista Marcel Ferreira Júlio “no Palácio” e de seu próprio celular. O lobista é um dos principais operadores das propinas que pode chegar a 152 cidades.
Segundo a Polícia, Moita “mostra claramente” que está íntimo e conhece “profundamente” os assuntos da Coaf. Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Moita não retornou contato.
Questionado, o secretário-chefe da Casa Civil Edson Aparecido, disse ter pedido ao PSDB que investigue seu ex-braço direito. “O PSDB precisa se posicionar. Da nossa parte, o que tinha que ser feito nós fizemos e o caso está na Corregedoria”, afirmou ao jornal. Moita foi demitido um dia antes da deflagração da Operação Alba Branca.
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