Os pesquisadores analisaram amostras de saliva e urina de dois pacientes com sintomas compatíveis com a doença. De acordo com a Fiocruz, mais estudos são necessários para avaliar se realmente pode ocorrer a transmissão por essas vias e, em caso positivo, o que isso representa no contexto da epidemia.
Durante a semana, foi anunciada a possibilidade de transmissão sexual e também por transfusões de sangue. Até agora, no entanto, a única forma comprovada de transmissão do Zika é a picada do mosquito Aedes aegypti.
A suspeita de que o vírus Zika pode ser transmissível pela urina e pela saliva surgiu a partir do exame de amostras de saliva colocadas em contato com células normalmente usadas em laboratório para verificar atividade viral de microorganismos da família dos flavivírus (dengue, zika, chikungunya e febre amarela). O resultado do teste foi positivo. O estudo foi liderado pela pesquisadora Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Orientação às grávidas e carnavalescos
Segundo o presidente da Fiocruz, “a presença de um vírus ativo com capacidade de infecção na urina e na saliva não é uma comprovação ainda. ” No entanto, a instituição fez recomendações às grávidas. “A evidência de hoje não faz com que nos digamos às pessoas que elas não podem ir para o carnaval, mas recomendamos às gestantes que evitem grandes aglomerações, que evitem compartilhamento de copos e materiais levados à boca”, disse Gadelha. Além disso, pessoas que convivem com gestantes e que tenham sintomas de zika devem ter cuidado redobrado.