Justiça bloqueia R$ 500 milhões da Samarco e Conar vai investigar propaganda milionária

A área atingida pelos rejeitos é de 1.430 hectares e abrange os municípios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce - Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
A área atingida pelos rejeitos é de 1.430 hectares e abrange os municípios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce – Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais mandou bloquear R$ 500 milhões em bens da mineradora Samarco e suas controladoras Vale e BHP Billiton pelos danos ambientais causados na cidade de Barra Longa, região de Mariana, após o rompimento da barragem de Fundão em 5 de novembro do ano passado.

A lama que se desprendeu da barragem invadiu a cidade pelo rio Gualaxo do Norte e destruiu o distrito de Gesteira. A decisão da Justiça também determina a construção de obras de contenção em todo o leito do rio do Carmos para evitar deslizamentos de terra e instabilidade das margens.

Em nota, a Samarco criticou a decisão: “A empresa defende a revogação do bloqueio como medida necessária para que possa dar continuidade às ações que já estão em andamento”.

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A mineradora também tem até o fim da semana para apresentar defesa ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) no processo que investiga a veracidade das informações contidas na peça publicitária veiculada pela empresa após o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), em novembro do ano passado.

Após receber dezenas de reclamações de consumidores sobre a veracidade das informações relacionadas à ajuda prestada pela empresa às famílias atingidas e ações de recuperação dos estragos, o Conar decidiu abrir processo para averiguar o conteúdo da campanha publicitária da Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton.

No comercial “É sempre bom olhar para todos os lados – Samarco histórias”, funcionários da mineradora relatam as ações que supostamente estão sendo adotadas pela mineradora e o sentimento deles, logo após a tragédia que matou 17 pessoas e deixou dois desaparecidos, além de deixar um rastro de destruição em mais de 600 quilômetros entre os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.

O custo do comercial foi de R$ 3,3 milhões, segundo cálculos do grupo Em Defesa dos Territórios Frente a Mineração, que levou em conta uma tabela de preços com os anúncios cobrados pela Rede Globo. Segundo a entidade, uma propaganda nacional de 30 segundos veiculada no intervalo do Fantástico custa R$ 550.200,00. O comercial da Samarco “É sempre bom olhar para todos os lados” tinha 1 minuto. Cada uma das três inserções, portanto, teriam custado  R$ 1.100.400,00.


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