Foto: Reprodução
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Combinação de narrativa pessoal (na forma de carta ao filho de 15 anos), história e reportagem, o livro propõe uma discussão sobre as tensões raciais nos Estados Unidos, desde o período da escravidão até os recentes casos de violência policial contra negros.

“Assim, o racismo é representado como a filha inocente da Mãe Natureza, e as pessoas deploram o tráfico negreiro e a remoção forçada dos índios da mesma forma como se deplora um terremoto ou qualquer fenômeno que esteja além da ação dos homens.”

Coates nasceu no gueto negro de Baltimore, há 40 anos. Correspondente da The Atlantic, é filho de um ex-integrante dos Panteras Negras. Entre o Mundo e Eu ganhou o National Book Award e foi tido pelo New York Review of Books como um dos dez melhores de 2015.

Entre o Mundo e Eu

Ta-Nehisi Coates

Tradução de Paulo Geiger

Objetiva, 150 páginas

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O filho ilegítimo de um proprietário de terras luta para ser aceito na sociedade. Publicado em 1875, este é um dos cinco grandes romances de maturidade do autor, ao lado de Crime e Castigo, O Idiota, Os Demônios e Os Irmãos Karamázov.

“De modo súbito e inesperado percebi que há muito tempo ele sabia quem eu era e possivelmente sabia de muito mais coisas. Só não entendo por que de uma hora para a outra corei e com a maior cara de bobo fiquei olhando para ele, sem desviar os olhos.”

Reconhecido como o “romance de formação” de Dostoiévski, ganha sua primeira tradução russa no Brasil. O tradutor Paulo Bezerra também compilou as notas 
e assina o posfácio. A edição ainda traz a reprodução de alguns dos manuscritos do autor.

O Adolescente
Fiódor Dostoiévski

Tradução de Paulo Bezerra

Editora 34, 624 páginas

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Autobiografia que cobre os 30 primeiros anos do autor, que coincidem com um período crucial da história alemã, do império que avançava para o leste, passando pela Primeira Guerra, até as convulsões sociais após o grande conflito.

“Passou o inebriamento com a guerra, ninguém mais se alista voluntariamente. 
Os jovens recrutas, praticamente crianças, mal alimentados e frágeis, têm o entusiasmo enfiado goela abaixo pelas instruções cheias de patriotismo que recebem.”

Figura para lá de interessante e pouco conhecida, Toller (1893-1939) foi um expoente do expressionismo alemão na dramaturgia, revolucionário comunista (tendo sido preso), além de voluntário na Primeira Guerra, militante pacifista e judeu perseguido.

Uma Juventude na Alemanha
Ernest Toller

Tradução de Ricardo Ploch

*mundaréu, 280 páginas

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Relato romanceado de uma das grandes farsas do século 20. Por mais de 40 anos, o catalão Enric Marco ficou conhecido como grande herói da resistência ao franquismo e sobrevivente dos campos de concentração nazistas. Até que foi desmascarado.

“Dá vertigem imaginar o esforço de memória e as invenções constantes que teve de fazer todos os dias, para evitar cair em contradições que o traíssem ou despertassem dúvidas. Precisou esvaziar a si mesmo e encarnar no fantasma que fabricou.”

Nascido em 1962, Cercas foi professor de Literatura na Universidade de Girona e colaborador do jornal El País. Muitos de seus livros lidam com a história relativamente recente da Espanha, como Os Soldados de Salamina e Anatomia de um Instante.

O Impostor
Javier Cercas

Tradução de Bernardo Ajzenberg

Biblioteca Azul, 464 páginas

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Reunião de todos os livros de poesia publicados pela autora, de Bagagem (1976) a Miserere (2013). A edição ainda traz bibliografia sobre Adélia e textos elucidativos, de Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant’Anna e Augusto Massi.

“O silêncio de quando nos vimos a primeira vez/atravessa a cozinha como um rio profundo./Por fim, os peixes na travessa,/vamos dormir./Coisas prateadas espocam:/ somos noivo e noiva.” (de Casamento, do livro Terra de Santa Cruz, 1981)

Mãe de cinco filhos e professora, Adélia Prado nasceu na mineira Divinópolis, em 1935. Depois de formar-se em Filosofia, aos 38 anos, lançou, três anos depois, seu primeiro livro de poesia, recomendado por Drummond. Também tem vasta obra em prosa.

Poesia Reunida
Adélia Prado

Record, 544 páginas

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Musicage é o resultado de vários encontros entre Cage e a amiga, poeta e filósofa Retallack, de 1990 a 1992. O último encontro se deu 13 dias antes da morte do compositor, aos 80 anos. Dessas conversas saíram três livros – os outros dois falam de artes visuais e música.

“(…) eu preferiria ser capaz de trabalhar a qualquer momento, mesmo quando estivesse sem inspiração. Isso é uma das coisas que as operações de acaso tornam possíveis. Ou esfregar informação contra informação. De fato, fazer vai inspirá-lo, você não acha?”

Personagem dos mais inquietos da cultura norte-americana no século 20, Cage nasceu em Los Angeles, em 1912. Foi pioneiro na música aleatória e no uso de instrumentos não convencionais, como seu “piano preparado”. Também se aventurou nas artes e na escrita.

Musicage/Palavras
John Cage e Joan Retallack

Tradução de Daniel 
Camparo Avila

Numa, 208 páginas

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Contos curtos, que vão do registro popular ao abertamente experimental. O humor é uma das tônicas. A autora brinca com a linguagem, joga com os clichês, reinventa pastiches e inverte expectativas (como no conto sobre “literatura feminina”).

“Um corpo é uma semente Um corpo é só a semeadura Um corpo é tomar um copo d’água no maior escuro é cuspir é alcançar o que está mais alto na estante porque se é mais alto (…) Um corpo É ganhar mais dinheiro é ter mais prestígio ter um talão um cartão um anel”

Também poeta e tradutora, Collin nasceu em Curitiba, em 1964. É doutora em Literatura Inglesa pela USP, com pós-doutorado em Literatura Irlandesa. Recebeu prêmios no Brasil e nos EUA. Tem 15 livros publicados, além de ter participado de antologias daqui e do exterior.

A Árvore Todas
Luci Collin

Iluminuras, 96 páginas

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Livro cultuado de 1991, traz mais de uma centena de pequenos relatos fictícios de crimes de morte, surreais, engraçados, escatológicos. Há uma seção com uma série de suicídios e outra com casos de canibalismo. Edição ilustrada pelo argentino Liniers.

“Escorreguei, caí. Foi por culpa de uma casca de laranja. Tinha gente em volta, e todo mundo riu de mim. Principalmente a moça da banca (…) Acertei-lhe uma pedra bem no meinho dos olhos. Caiu de pernas para o ar, mostrando sua flor.”

Aub (1903-1972) foi um escritor espanhol que passou boa parte da vida no México, onde se exilou em 1942, depois de fugir ao franquismo e ser preso por ser comunista. Prolífico, escreveu poesia, contos, romances, teatro e memórias, além de uma vasta correspondência.

Crimes Exemplares
Max Aub

Tradução de Sérgio Molina

Livros da Raposa Vermelha, 
94 páginas


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