Wagner Moura é um menino! Talvez seja melhor dizer que são vários meninos, que sabem brincar de hominho, e vão do Capitão Nascimento a Juscelino, passando por Hamlet, sem deixar elo entre um e outro que não o sorriso que os traz de volta ao molde original, e te deixam então pensando: “Quem é esse cara?”. Tratando de um ator, a pergunta é um triunfo, confirma o talento, não a dissimulação. É sabidamente bem casado, e fico pensando se a mulher dele sabe exatamente com quem se casou, certamente sim, mas às vezes deve levar um susto aqui outro ali, pois isso é próprio dos meninos, divertir-se brincando com os outros. Eu não sabia que ele cantava, que tinha banda, resquício de adolescência dos mais óbvios, principalmente se tratando de alguém com tamanho sucesso na mídia. Fui vê-lo cantar no Studio SP com a banda Sua Mãe (nome bárbaro), e não me arrependo, pois me diverti horrores. Ele subiu no palco com direito a toda a gritaria que um astro de sua grandeza merece. Pulou, dançou, suou (muito) a camisa, tirou uma menina da plateia para dançar, desceu no meio da multidão e dançou com várias delas, enfim, não decepcionou ninguém!
Seu estilo é brega, a banda escolheu o repertório e não tem vergonha nenhuma disso, passeia de Waldick Soriano a Roberto Carlos, pedindo desculpas quando chega a Carlinhos Brown. Que um ator de teatro tenha boa voz também não é surpresa, mas que saiba usá-la muito bem cantando, sem desafinar, arrancando notas e vibratos lá do diafragma, como os bregas adoram, é bárbaro. Adorei. O grande Moura recentemente disse não ao Olimpo de Gilberto Braga e é brega por pura diversão. O sorriso dele e de toda a banda ao final do show mostra que todos eles se divertem. No camarim – sim, me odeiem, eu fui ao camarim –, ele já estava de camiseta rosa, mas ainda suando, sorrindo, parecendo um adolescente. A cada dia que passa eu gosto mais desse cara, a quem já rasguei vários elogios aqui antes, e que ganha mais este post desavergonhadamente elogioso. Ele merece.
Deixe um comentário