Queridos, ontem foi 17 de maio, dia mundial de combate à homofobia. Foi nessa data que, em 1990, a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade do rol das doenças mentais, e, por isso, o mundo inteiro nos dedicou esse dia. Você não leu muita coisa sobre isso ontem na imprensa, não viu passeatas, nem ficou sabendo disso? Não se assuste, fora da mídia gay as manifestações realmente foram discretas, como todos os anos o são. É curioso como os homossexuais são ruidosos na hora de fazer suas celebrações, mas somos tão discretos na hora de brigar por nossos direitos. Nesse ano a coisa até que seria diferente, pois o Governo Federal ia reconhecer oficialmente a data aqui no Brasil, por meio do Decreto Presidencial que já estava pronto, haveria uma cerimônia no Palácio do Planalto com a presença de lideranças do movimento LGBT e tudo o mais, mas tudo foi cancelado na última hora. Não houve justificativa oficial, mas correu à boca pequena a versão de que o vice-presidente José de Alencar teria se recusado a assinar o decreto. O presidente Lula está em sua controvertida viagem ao Irã, e, ao que tudo indica, ele mesmo teria assinado o decreto. Alencar é pessoa maravilhosa, sua luta contra o câncer fez dele um herói nacional, mas o ano é eleitoral, ele pertence ao Partido Republicano, em cujos quadros militam diversos bispos evangélicos e, eles mesmos, homofóbicos. Faz sentido a explicação.
Mesmo eu, o eterno otimista, já dei minha opinião de que nossa causa não será ganha no legislativo, pois somos uma minoria, nosso Congresso tem a cara do Brasil, ou seja, é preconceituoso, e não aprova sequer o Projeto de Lei 122/06, que torna crime a homofobia. Nada devemos esperar de lá. Reparem que nossas conquistas mais recentes têm vindo todas do judiciário, leiam a belíssima manifestação do desembargador corregedor geral de Pernambuco, que resumiu a questão do ponto de vista legal de forma clara: “Todos são iguais perante a lei”. Não vou transcrever novamente o maravilhoso voto do Ministro Celso de Melo, do Supremo Tribunal Federal, mas aqui vai novamente o link. Lula poderá assinar o que Alencar recusou, ele aprovou a ideia do decreto, e está em final de governo, nada tem a perder, seria um belo gesto. Vamos acreditar nele?
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