PMDB vai decidir em 30 dias se mantém apoio ao governo

Peemedebistas decidem hoje os rumos do partido - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Peemedebistas decidem hoje os rumos do partido – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O PMDB decidiu em Convenção Nacional realizada neste sábado (12) em Brasília que, em até 30 dias, o Diretório Nacional vai decidir se mantém apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff ou se alia à oposição. O sinal, no entanto, ficou claro: o partido proibiu que seus filiados assumissem novos cargos no governo a partir de agora. Principal legenda da base aliada do governo, a sigla chegou dividida ao encontro que reconduziu o vice-presidente da República Michel Temer à presidência da legenda

Quem revelou o acordo foi o senador Romero Jucá (PMDB-RR): “Vamos tirar hoje aqui um posicionamento de unidade e consistência de pensamento perante a crise que o Brasil vive. Todas as propostas de rompimento e afastamento serão recebidas e levadas em conta. Mas também estamos hoje tomando a decisão de que, em até 30 dias o Diretório Nacional vai analisar todas essas propostas e aí sim, com respaldo da unidade, tomar uma decisão que será implementada e cobrada de todos os membros do partido. Antecipar o rompimento seria quebrar o posicionamento que firmamos de não antecipar hoje aqui qualquer decisão”, disse Jucá.

Já a decisão de impedir que novos filiados façam parte do governo foi a forma encontrada para acalmar os ânimos da maioria, que pedia o rompimento imediato. O alvo era Mário Lopes (PMDB-MG), que vinha negociando um posto na Secretaria de Aviação Civil, o que era classificado de “vexame” por alguns militantes. 

Segundo Jucá , o PMDB está preparado para ajudar a “reconstruir o Brasil com outras forças políticas, com outros partidos, porque, sozinho, o PMDB não pode fazer isso”. “Vamos estar atentos às manifestações de amanhã. Muitos peemedebistas estarão participando nos seus estados. Amanhã é um dia importante de cidadania. Não haverá mudança no Brasil sem a participação popular”, acrescentou Jucá.

Para o parlamentar, a convenção do PMDB não é contra a presidenta Dilma. “Queremos criar uma nova situação, um novo quadro para o Brasil que reverta o descrédito, a insegurança jurídica, a falta de previsibilidade na economia, o desemprego. O Brasil está regredindo. Temos que mudar isso. Vai ser uma grande construção política em conjunto com a sociedade brasileira”, afirmou Jucá.

O vice-presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO), voltou a defender que o partido adote no encontro uma posição de independência em relação ao governo Dilma, inclusive abrindo mão dos cargos que ocupa no Executivo. “Eu defendo a independência em relação ao governo e a entrega dos cargos. Sempre defendi que o PMDB não pode ficar simplesmente ocupando cargos no governo se tem uma candidatura própria à Presidência da República em 2018.”

Raupp também comentou que é prudente esperar 30 dias para o partido tomar uma posição em relação ao governo. “Esses 30 dias são para o PMDB ver os lados da encruzilhada e ver que rumo vai tomar”, afirmou.

O vice-presidente da sigla ressaltou, no entanto, que a independência é inevitável “porque na prática ela já vem acontecendo”, principalmente, na Câmara dos Deputados. “A tendência é isso [a independência] se intensificar e fortalecer cada vez mais”.

Durante a convenção, parlamentares discursaram e pediram a saída imediata do partido da base aliada do governo. Muitos dos presentes na plateia do centro de convenções onde é realizada a convenção gritaram “Saída Já”, “Fora Dilma” e “Fora PT”.

 No total, 454 delegados vão eleger os membros do Diretório Nacional, que, por sua vez, vão escolher a nova Comissão Executiva Nacional.

Ontem, a ministra da Agricultura e peemedebista Kátia Abreu cutucou Temer ao afirmar que “só um capitão covarde abandona um navio na hora da tempestade”.

*Com Agência Brasil


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