Caríssimos, é hoje. Esperamos 4 longos anos por isso, falou-se da Copa mais do que sobre qualquer outro assunto na mídia, o País inteiro vai parar e prestar atenção a um só assunto: os 90 minutos de jogo de nossa seleção na África do Sul. Para mim, é um momento histórico, pois só presto atenção a futebol nas Copas do Mundo, por isso acumulo sofrimento e emoção que me levam ao nível da tortura. Não vou falar de testosterona, ou das pernas dos meninos, já falei disso domingo, é hora de outros assuntos. Já li a (provável) escalação mais de 10 vezes, nunca tinha ouvido falar de alguns, mas lá estão Kaká e Robinho, que já me deram muitas alegrias no passado; lá está Lúcio, sereno e equilibrado, lá está nosso fantástico (e lindo) goleirão Júlio César. Deus nunca foi tão solicitado, por tantos, para um só evento, como nos 90 minutos de cada jogo desses, e, à medida que avançamos a caminho da final, e avançaremos, estou certo, levaremos o Poderoso ao limite da loucura. Tudo bem, ele é capaz de segurar a barra.
A maioria de vocês não deve se lembrar, mas fui daqueles que pulou e soltou rojões em 1970. Tínhamos Pelé, Rivelino, Gérson, Carlos Alberto Torres, Tostão, Jairzinho, Piazza, Everaldo, Félix, Brito e Clodoaldo. Foi a melhor seleção de todos os tempos, quanto a isso não há dúvida. Depois foram 24 longos anos de sofrimento. Nunca me conformei com as duas seleções de Telê Santana, jamais aceitarei a derrota em 1982, o carrasco Paolo Rossi, jamais o perdoarei. Novamente chorei em 1986, prefiro esquecer 1990, nem lembro em que países foram essas duas. E 1994? Aquela final nos pênaltis, a emoção e o sofrimento levados ao extremo, a agonia do último chute, quando Baggio, que era um homem lindo, chutou por cima da trave e o Brasil explodiu! Nunca entenderei exatamente o que aconteceu em Paris, na final de 1998, com Ronaldo parecendo drogado em campo, aquela história da convulsão cerebral durante a noite. Acho que nunca saberemos ao certo o que aconteceu nas horas antes do jogo, nunca aceitei as explicações oficiais. E se lembram da final de 2002, quando o temido e festejado goleiro da Alemanha, Oliver Kahn, descrito como “uma muralha”, levou dois gols lindos do mesmo Ronaldo de 1998? Da Alemanha, em2006, é melhor não lembrar, deixa para lá.
Pois hoje começa mais uma Copa, mais uma emoção que vai marcar nossa história para sempre. Falaremos dela por todas as nossas vidas, torceremos e sofreremos, se Deus quiser, e ele há de querer, por sete jogos, e traremos a Taça da Fifa, mais uma vez, para casa. É hora de lembrar: Deus é brasileiro, e está escalado para essa tarde. Abraços do Cavalcanti.
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