Nós e o vaticano, de novo

O jornal oficial do Vaticano
O jornal oficial do Vaticano

Caríssimos, não sei se vocês leram sobre a pintura encontrada em Roma, nos porões de algum dos inúmeros prédios dos Jesuítas? A notícia veio na primeira página no L’Osservatore Romano, jornal oficial do Vaticano, pois trata-se de uma tela enorme, abandonada há séculos, que os especialistas garantem ter sido pintada por Michelangelo Merisi, também conhecido como Caravaggio, um dos maiores artistas de toda a história. Quando se usa o nome Michelangelo, inevitável que se confunda com o outro artista, sobrenome Buonarroti, que pintou a Capela Sistina, e esculpiu mármores absolutamente deslumbrantes como a Pietá, o Moisés, e o homem mais bonito que jamais vi em toda a minha vida, o David, que, pena, de fato é de mármore, e mede 5,17 metros de altura. Esses dois artistas marcaram a história, impossível se falar em arte sem passar pelos dois.

Voltando à descoberta da semana passada, é incrível que uma tela gigantesca, do período renascentista, estivesse abandonada há mais de 4 séculos em algum porão, como se não fosse nada. Estima-se que, no mercado de artes, para onde jamais irá em se tratando de uma obra dos Jesuítas, valeria algumas centenas de milhões de dólares – sem exagero. Existem várias telas de Caravaggio mundo afora, as que mais me atraem são o Bacco, com que já ilustrei um post antigo, e A Tentação de São Matheus.

Caravaggio, ele mesmo
Caravaggio, ele mesmo

Delicioso, no entanto, é saber que os dois Michelangelos eram homossexuais. Caravaggio, pelo que se sabe, era um devasso de marca maior, sua vida sexual parece coisa de Jean Genet. Com tudo isso, deixou para a humanidade um legado artístico incalculável, vejam a festa que o próprio Vaticano está fazendo com a descoberta da tela. O outro Michelangelo, Buonarroti, apaixonou-se por um nobre romano chamado Tomaso Cavalieri, e nunca fez nenhum segredo quanto à sua paixão, dedicou-lhe poemas em público, e não causou escândalo nenhum, pois Cavalieri trabalhou com ele por muitos anos, e estava ao seu lado na hora de sua morte. O Vaticano de hoje, guiado pelo quase anti-cristo Joseph Ratzinger, acuado pelos escândalos de pedofilia, pela conduta de seus padres celibatários, diz que nós, homossexuais, representamos a degradação da sociedade, a destruição da famílias, etc, mas se orgulha das obras dessas duas bibas maravilhosas. É para rir muito. Abraços do Cavalcanti.


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