Em entrevista coletiva, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, negou que tenha tentado evitar a delação premiada do senador Delcídio do Amaral à Operação Lava Jato. Hoje, Delcídio entregou ao Ministério Público Federal (MPF) gravação feita por seu assessor, Eduardo Marzagão, com dois encontros realizados, em dezembro do ano passado, com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e outro com a assessora do ministro. Nela, Mercadante teria oferecido ajuda financeira à família de Delcídio para arcar com custos de advogados.
Enquanto opositores afirmam que o oferecimento de ajuda tinha como intenção calar Delcídio em uma futura delação, Mercadante afirmou que não foi a mando da presidenta Dilma e que seu objetivo teria sido um gesto “solitário” aos familiares do senador, que estariam passando por problemas financeiros e sendo atacados na internet. “A responsabilidade é inteiramente minha. Não há uma tentativa minha de evitar uma delação”, afirmou em coletiva de imprensa. “Minha preocupação é zero com isso. Se ele quiser delatar, que delate. Não estou nem aí se vai delatar ou não vai delatar”, afirmou em tom de irritação.
Mercadante também negou que tenha procurado o presidente do STF, Ricardo Lewandowski e disse que a gravação transcrita e divulgada foi editada, ocultando alguns trechos. Ele afirmou que pretende tomar “medidas judiciais”.
O caso
As informações constam do Termo de Colaboração Premiada nº 5 firmado entre o senador e o MPF. Mercadante também teria dito que intercederia junto aos presidentes do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, e do Senado, Renan Calheiros, no sentido de favorecer a soltura de Delcídio.
Além de Mercadante, a delação premiada mencionaria Lula, Dilma, Aécio Neves, Renan Calheiros, Michel Temer, entre outros.
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