A crise de Anne Rice

Vampiros, múmias, e Jesus Cristo
Vampiros, múmias e Jesus Cristo

Meus caros, não sei quantos de vocês leram o livro Entrevista Com o Vampiro, de Anne Rice, ou viram o filme. É um clássico, absolutamente gay, quase homoerótico, embora a autora não tenha tido a mínima intenção de que fosse. Na New Orleans do século XVIII, Lestat, um vampiro com grande currículo pós-morte, morde o pescoço de Louis, um aristocrata, transformando-o em vampiro, cena filmada de forma brilhante, e, considerando-se que os personagens são vividos, respectivamente, por Tom Cruise e Brad Pitt, torna-se um êxtase. Um no pescoço do outro, acreditam? O filme é bárbaro, obrigatório, sejam vocês gays ou não. Eles chegam a dividir o mesmo caixão, dormindo juntos, e, no início da relação, ficam chupando o sangue um do outro, coisa básica, vários de vocês vão traçar analogias com namoros que viveram. Em um “escorregão”, Louis morde o pescoço de uma menina, vivida brilhantemente por Kirsten Dunst, a Maria Antonieta do filme de Sofia Coppola, e então eles passam a viver um triângulo amoroso requintado, não vou contar mais pois quero que leiam o livro e vejam o filme. Esse foi o primeiro de uma série de livros seguindo o vampiro, depois a autora escreveu até sobre uma múmia, e, mais recentemente, deu para escrever a  história de Jesus Cristo. Repertório rico.

Pois Anne Rice está causando agora um reboliço na mídia, declarando que está é abandonando a religião cristã, que está deixando de se considerar uma cristã, por discordar da forma como o cristianismo se tornou. Ela desabafa, dizendo que não concorda em ser antigay, antifeminista, e até mesmo (?) antidemocrata, vejam como a crise dela é profunda. Ela ressalta, porém, que continua a seguir Jesus Cristo, com quem quer ter um “diálogo direto”.

Lestat e Louis, absolutamente gays
Lestat e Louis, absolutamente gays

Não seria eu a defender os cristãos, nesse debate eu sou é Leão, daqueles da arena do Coliseu, mas passei por crises semelhantes. Já registrei em outros posts que sou cristão, mas não católico, que tenho uma maravilhosa mestra espiritual indiana, e que estudei outras religiões, em um caminho que descrevo como filosófico. Atualmente, estou estudando e praticando a cabala judaica, absolutamente encantado com sua sabedoria. Acho que a crise de Anne Rice, descrita diariamente por ela em sua página no Facebook, pode gerar um questionamento maravilhoso na vida de muita gente, torço por isso, pois o debate público sempre é oportuno. Abraços do Cavalcanti.


Comentários

2 respostas para “A crise de Anne Rice”

  1. Querido, sobre os vampiros da A. Rice, direi minha opinião teen, já que li TUDO dela, mas já faz algum (rsrsrs) tempo. Amei os livros, mas particularmente não gostei muito do filme. Sei lá porque! Acho que a imagem que eu tinha era outra. Mas tenho que dizer que a última cena, com aquele som dos Rolling Stones ao fundo vale as horas anteriores… dá voltade de recomeçar e fazer todo tipo de besteiras tudo de novo… Tenho que dizer também que não se fazem mais vampiros como antigamente!

    bjks, Vera
    PS: depois de muita luta para superar minhas ignorâncias tecnológicas, consegui colocar o link do seu blog no meu blog. Já era hora.

  2. Meu caro, hoje em dia é assim. Tem que ter uma opinião, tem que tomar partido. Eu lhe digo uma coisa, parafraseando o filósofo: só sei que nada sei. Beijas.

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