Queridos cariocas, ótima dica de teatro para essa noite, imperdível. Sérgio Britto, Suely Franco, e bom elenco, estão na peça Recordar é Viver, grande estreia de Hélio Sussekind como dramaturgo, em cartaz no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil. Não achei em lugar algum a idade de Sérgio Britto, mas em 1945 ele já estava na ativa, nunca mais parou, e, quando seu personagem reclama das pernas, fica claro que não são as pernas do ator, ainda bem ágil no palco. Homossexual assumidíssimo, escreveu sua autobiografia intitulada O Teatro e Eu, na qual já começa abordando a questão da sexualidade, e afirmou hoje ao site Folha.com que “Os galãs da Globo sofrem até hoje”. Lógico que ele não se refere a todos os galãs, mas a vários deles sim, sabemos disso, e o tema sair ou não do armário é recorrente neste blog, onde me permito discordar da declaração do também belo ator Sir Ian Mclean, pois acho que cada um cuida de seu armário, e sabe a hora e a forma de sair dele, pois só quem está dentro sabe (ou imagina) as consequências que vai sofrer. Gilberto Braga, que conhece como ninguém nossa sociedade, declarou recentemente que os galãs daqui devem é ficar lá dentro do armário, deixando a questão para mais tarde na vida. Não é mais o caso de Sérgio Britto, lógico.
A peça é puro Tennessee Williams, na qual Sussekind reconhece haver um certo componente autobiográfico, “Mas não tudo”, ressalva. Britto e Suely Franco arrasam, até a voz dela está linda, afinadíssima, e a dele é mais do que suficiente para encher o teatro. A montagem conta ainda com o lindo José Roberto Jardim, e com Camilo Bevilacqua, Ana Jansen e Isabel Cavalcanti, todos muito bem em seus papéis. Como o tempo deu essa virada e esfriou, teatro é uma grande pedida, não percam. Abraços do Cavalcanti.
Deixe um comentário