Caríssimos, depois de muito tempo vivendo juntos, em uma relação conjugal aberta, o vice-chanceler alemão Guido Westerwelle finalmente formalizou sua união civil com seu companheiro Michael Mronz. Não foi um casamento civil, como aqui no Brasil nós lutamos para que exista, mas foi o máximo a que dois homossexuais podem aspirar na Alemanha, e foi o homossexual de mais alta posição a dar esse passo em todo o mundo. Já falei muito dele aqui, e, pelo visto, vou ter muito assunto pela frente. Vejam vocês como, em uma nação civilizada, a questão da exposição pública da sexualidade de um homem, bem como a sua relação privada com outro homem, não apenas não causa celeuma alguma, como serve de exemplo público para seus conterrâneos e para outras nações do mundo. Na Alemanha, o vice-chanceler é o encarregado dos negócios internacionais, algo como nosso Chanceler Celso Amorim aqui no Brasil, o que o expõe a situações curiosas, pois ele visita, em nome da nação, países abertamente homofóbicos, onde a homossexualidade é crime, como alguns do Oriente Médio. Já esteve aqui no Brasil, e veio acompanhado do então namorado, que é bonitão, e paga as despesas das próprias viagens, já que não ocupa cargo público nenhum, e o governo alemão ainda não prevê a existência dele como uma primeira-dama, ou algo assim. Ele também já deixou claro que não vai acompanhado de Mronz aos países onde a questão seja ilegal, ou mal recebida, pois não é essa sua intenção, nem poderia ser, para um ministro como ele, mas sabe que deu um bom exemplo mundo afora, e que mostra ter orgulho disso.
O que pensa a Chanceler Angela Merkel a respeito? Apóia discretamente, nunca fez nenhuma declaração contra, seja por precisar do apoio do Partido Liberal, de que ele faz parte, para formar seu governo, seja por saber que a questão não abala o povo alemão de forma alguma. Como exemplos, temos ainda o prefeito de Berlim, bem como diversos outros políticos em altas posições na administração alemãs, que também são homossexuais, e continuam a ser eleitos para seus cargos, sem drama algum. Berlim disputa com Paris o título de capital gay da Europa, ambos os prefeitos são gays, e o mundo não acabou por causa disso, muito antes pelo contrário. Quantas décadas o Brasil vai demorar para chegar a esse ponto? Chegaremos lá? Estarei vivo para ver? Vamos torcer. Abraços do Cavalcanti.
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