Debates e não debates

Queridos, a sorte está lançada! Na verdade, nem cabe mais falar em sorte, ao menos no que diz respeito à presidência da República, já nas mãos de Dilma Rousseff. Restam as disputas para governadores, e, pelo visto, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais já limpam a pauta agora, no primeiro turno. Como será a vida sem campanha eleitoral? Primeiro foi Copa do Mundo, depois só se falou disso: Dilma ou não Dilma? O último assunto que sobrou foi o debate de ontem. Por sinal, não se fazem mais debates como antigamente, que coisa mais chata, aguada, sem emoção nenhuma. Dou risada ao ler, aqui e ali, que o vencedor foi o apresentador Willian Bonner, o que mostra o quão insípida foi a coisa. Fico me lembrando dos grandes debates que já assisti em minha vida, momentos que viraram o jogo nas campanhas, políticos experientes metendo os pés pelas mãos, debates que fizeram história. Lembro de Marta Suplicy abrindo um sorriso, e dizendo docemente a Paulo Maluf: “Maluf, como você enrola bem…”. Ali ela ganhou uma eleição, e Maluf, um dos maiores caras de pau do mundo, passou vexame. Também me lembro daquele que eu acho que foi o debate mais importante da história do Brasil, em 1989, quando Collor e Lula disputavam voto a voto a reta final, Lula vindo em uma arrancada que parecia dar-lhe a vitória, e houve aquele famoso debate, cuja edição foi depois manipulada pela Rede Globo de forma a humilhar Lula e fazer Collor resplandecer, dando-lhe a presidência, e deu no que deu.

O primeiro grande debate da história também deu a presidência a um candidato. Foi o famoso embate entre Kennedy e Nixon, em 1960, eu não era nem nascido. A eleição pendia para Nixon, político mais experiente e maduro, estava na frente em todas as pesquisas, mas Kennedy era bonitão, falava muito bem, sabia se colocar, enquanto Nixon gaguejava e transpirava. Kennedy deu-lhe uma surra em preto e branco, mas ao vivo. Era um cafajeste, muito bem casado, mas defendeu os direitos civis como poucos, e seu irmão mais novo nos ajudou muitíssimo. Acho que foi naquele momento que o mundo percebeu o poder avassalador da televisão. Uma imagem vale por mil palavras, e por milhões de votos. E vocês, já escolheram seus candidatos? Mesmo para deputados? Queridos, nessa hora é fundamental ter responsabilidade. Abraços do Cavalcanti.


Comentários

2 respostas para “Debates e não debates”

  1. Democracia é isso; mas, também, cria fenômenos desagradáveis, veja o site:

    http://juliosevero.blogspot.com/

    O mais homofóbico do Brasil no ar, existe uma campanha para tentar removê-lo do Blogspot.

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