Milhares de pessoas se concentram na Avenida Paulista, em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), em ato para apoiar a democracia, os direitos sociais e contra a tentativa de golpe ao governo, nesta sexta-feira (18). Ao contrário do que apostam os caveirões da Polícia Militar que fazem guarda, o clima é calmo na manifestação.
Nesta semana, vários atos de juristas, intelectuais e artistas ocorreram a fim de pedir as democracia e criticar as ações do juiz federal Sergio Moro, que quebrou o sigilo da Operação Lava Jato ao grampear o telefone da presidenta Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros membros do governo e revelar para a imprensa conversas pessoais obtidas a partir das escutas.
Em São Paulo, a manifestação teve presença de Lula e do prefeito Fernando Haddad, e show gratuito do artista Chico César. De acordo com informações da Mídia Ninja, em apenas uma hora de manifestação, cerca de 80 mil pessoas já estavam na Avenida Paulista. A PM só vai divulgar a estimativa de pessoas depois do ato, mas 11 quarteirões da avenida estão ocupados.
Os gritos de “não vai ter golpe” se alternam a criticas ao delegado Sérgio Moro e a pedidos de tolerância. Há relatos de lançamento de gás lacrimogênio por parte da polícia contra manifestantes em frente ao prédio da Fiesp.
Depoimentos
Sentada em um canteiro, a jornalista Niobe Cunha disse que decidiu sair de casa hoje porque vê o Brasil se transformar em um “País judiciário”. “Eu era pequena em 1964. Minhas lembranças são de medo. Hoje, esse medo foi implantado. São uns contra os outros.”
Claudia Mass, 51, é historiadora. Foi para a Paulista “para não ter golpe”: “A oposição fez do Brasil uma bagunça”. É o que acredita o professer Marcelo Soares (44) para quem a pessoa mais tolerante para governar o Brasil ainda é Dilma Rousseff. “Só o que ela vem tolerando…”. Já a estudante Anna Pedini (19) disse não se sentir representada por ninguém. “Mas estou aqui pela democracia, pelo o que minha mãe lutou.”
Luciana da Silva Santos (29) saiu às ruas pelos direitos sociais conquistados na última década. “Eu sou aluna do Fies, sei do que estou falando.” Já o administrador Farhad Abdollahyan, 57, prefete não “personalizar política”, mas acha que o deputafo Chico Alencar (PSOL) é o mais tolerante. “Estou aqui para festejar a democracia. Eu não votei na Dilma, mas ela ganhou e tem de governar.”
Outras cidades
De acordo com o G1, manifestações acontecem em todos os estados e também no Distrito Federal.
A manifestação do Rio de Janeiro lotou a Praça XV, região central da cidade. No ato, está circulando um abaixo-assinado contrário ao impeachment. Também houve show do Geraldo Azevedo. Muitos defendem a permanência da presidenta Dilma Rousseff e demonstram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ministro Lula estamos com você”. Outras pedem ainda a saída da presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha.
Militantes, estudantes, centrais sindicais e movimentos sociais da Bahia realizam um ato contra o impeachment em Salvador desde o início da tarde de hoje.”Não vai ter golpe” é uma das frases mais repetidas nas vozes e cartazes de mais de 50 mil pessoas, de acordo com números da Polícia Militar, que acompanha a passeata.
Em Brasília, manifestantes a favor do governo Dilma e contra o processo de impeachment que está sendo apreciado pelo Congresso Nacional se reúnem na tarde de hoje no Museu da República, no início da Esplanada dos Ministérios.
Deixe um comentário