Meus caros, feriado com chuva no Rio de Janeiro é muito triste, pelo menos para mim. Petropolitano da gema, preferi ficar aqui, no alto da serra, curtindo um insólito sábado àbeira da lareira com direito a uma sopa quente, em pleno novembro! E olhem que eu adoro o Rio no inverno. Eu deveria ter ido acompanhar a Parada Gay de domingo, mas acabei nomeando um embaixador para me representar, meu querido amigo Luki, de quem já falei aqui no passado. Uma credencial de imprensa, duas pulseirinhas vips, daquelas bem disputadas, e o direito a usar meu nome onde fosse necessário, foi suficiente para fazer aquele monumento de homem (1,87 m) saltitar, pois o domingo prometia. Prometia, mas não cumpriu de todo, pelo menos foi essa a impressão dele. Inevitáveis as comparações com o evento de São Paulo, que continua a ser o maior do mundo, apesar da preocupante redução no número de participantes, ano a ano. Rio de Janeiro ou São Paulo, a guerra dos números oficiais e dos organizadores quanto aos participantes é a mesma, 250 mil segundo a PM, e de 800 mil a 1.2 milhão segundo o organizador consultado, ou, como disse o Luki, dependendo do grau etílico do organizador, mas, enfim, isso não é tão importante. Mesmo sob as condições mais adversas, pois 21º C, chuva, e vento, é Sibéria para os cariocas, havia uma multidão, que seguiu animada os diversos carros ao longo da praia de Copacabana. O governador e o prefeito, que ano passado prometeram superar o evento de São Paulo, em bravatas adolescentes, sequer deram as caras.
O jornal O Globo deu uma chamada média na primeira página, e dedicou apenas meia página no primeiro caderno de hoje. Os sites de internet foram ainda mais tímidos, uma menção a um incidente a tiro envolvendo um participante e um militar, e só. Há alguns dias o Rio de Janeiro foi eleito o Destino Mais Sexy do Mundo, pelo site tripoutgaytravel.com, em uma eleição mundial. Ano passado já ganhara na condição de Melhor Destino Gay do Mundo. Eu esperava mais da Parada, os ecos na mídia foram frustrantes. O clima da cidade não animava a nada, todos culparam a chuva, mas eu achei o álibi fraco. Acho que falta uma injeção de testosterona nas ações de promoção gay cariocas, como também falta aos programas de preparação para a Copa do Mundo, e para as Olimpíadas. Acho que, agora, serei linchado por meus leitores cariocas, mas, sorry, essa é minha impressão. Abraços do Cavalcanti
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