Nós no futebol, novamente, e sempre

Neuer, ainda por cima, um gatãoMeus caros, alguns temas desabam sobre minha cabeça, como que pedindo para serem postados. Não me adianta dizer que já postei isso antes, mas aí eles acabam agregando mais material, e aqui vamos nós, de volta ao futebol. Lembram-se da Copa do Mundo, com suas seleções absolutamente heterossexuais, não havia gays nem para varrer os estádios? Pelo menos assim queria e propagava Joseph Blatter, o homem forte da FIFA. Lógico que não é bem assim, aliás, não é nada assim, o grande Raí já nos contou o que rola pelos bastidores do futebol, e o resto nós podemos imaginar. Os franceses, sempre avançados, já criaram aquele maravilhoso time de futebol misto, com gays e héteros, o Paris Foot Gay, que joga lá pela segunda divisão, escondidinho, mas conta com o patrocínio, e o apoio institucional do Paris Saint-Germain, time de primeiríssima divisão, e de VIPs high profile, como os designers Philippe Starck e Agnes B, que desenharam os uniformes dos jogadores. Belíssima ação dos franceses, ajuda a mostrar que futebol é, sim, coisa de homens de qualquer sexualidade. Raí, tímido como uma estátua, aceitou fazer parte da maravilhosa campanha em prol do casamento homossexual promovida pela revista Junior. Nota 10 para ele.

Quantos outros jogadores mundo afora são homossexuais, se raciocinarmos matematicamente? Quantos têm a coragem de se assumir? Nosso maravilhoso Richarlyson, que nunca se assumiu oficialmente, é um dos homens mais corajosos do mundo, pois entra na arena, cercado pela hostilidade violenta da torcida de seu próprio time. Sempre ressalto a coragem de Pelé, que confessou ao mundo, em uma entrevista na revista Playboy, que perdeu a virgindade comendo um gay – ele e todo o time do Santos da época. Se mudarmos um pouco de esporte, temos o exemplo de Gareth Thomas, que enfrentou um universo não menos homofóbico, o do rúgbi, na Grã Bretanha, onde foi campeoníssimo, e hoje em dia continua desfilando pela cena, gay assumido, feio, fortão, exalando testosterona, querido e respeitado por seus colegas, até mesmo na famosa “situação do vestiário”. Já postei aqui a foto dele, abraçado por seu delicioso colega Nick Youngquest, ambos sem camisa, pele na pele, sorrindo, bárbaro. Será que príncipes, que sempre fomentam boatos acerca de sua sexualidade, como Cristiano Ronaldo, com seu abdome de tanquinho, não desfilariam pela cena?

Recentemente, na Alemanha, dois grandes nomes do futebol oficial e de primeira divisão declararam que os homossexuais deveriam se assumir publicamente, e eles devem conhecer vários nos bastidores. Manuel Neuer, goleirão da seleção da Alemanha, e do time Schalke 04, e também o atacante do Bayern de Munique, Mario Gómez, tiveram (muito) peito ao expor sua opinião, dizendo que os torcedores acabariam por se acostumar. Será mesmo? Adorei a declaração deles, sabem do que falam, deveriam ser ouvidos. São os votos do Cavalcanti.


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