Um viúvo para Harry Potter

Meus caros, quem não viu precisa ver, nem que seja para desdenhar falsamente depois. Harry Potter chega ao final com um filme de tirar o fôlego, digno da série que marcou uma geração – nunca tantos leram tanto durante tanto tempo! Nem vou comparar com os vampiros de Crepúsculo, pois não lhe chegam aos pés, mas que também trazem uma geração até então amorfa para o universo da leitura. Eu sempre fui fã de HP, não consegui gostar da Trilogia do Anel. De parecido, e igualmente fascinante, só Guerra nas Estrelas. Ambas as lutas, sejam aquelas travadas em um universo muito longe daqui, sejam travadas na Grã Bretanha, são cheios de símbolos, com velhos sábios de barbas brancas, cavaleiros do mal com capas pretas, tal como manda o figurino, e como descrito pelos livros bárbaros de Joseph Campbell, escritor americano que gravou o DVD do livro (fundamental) O Poder do Mito, no rancho do próprio George Lucas, na Califórnia.

Eu não tinha ideia de quem seria o bruxinho até ler, em um número de minha Bíblia, Vanity Fair, tudo sobre a adaptação, e o making of , do primeiro livro, HP e a Pedra Filosofal. Lá já se tratava o filme como um blockbuster certo, e foi! Li o primeiro em português, e nunca esperei pela tradução dos demais, fui daqueles que pagou mico, indo às livrarias nos dias e horas exatos em que se abriam as caixas com os novos capítulos da série, sem conseguir desgrudar-me do livro até a última página.

Poucas vezes eu vi, em um filme, uma sequência de destruição tão bem feita, e tão aflitiva, quanto o final de tudo. O castelo maravilhoso que abrigava a escola de magia era apenas uma maquete de poucos metros de altura. As magias sempre deram causa a efeitos especiais impecáveis, mas, na medida em que a batalha final vai pegando fogo, uma sensação de vazio me tomou, como que dizendo: “Não vai sobrar nada!”. Não vou estragar o resultado contando ainda mais sobre o fim do filme. Os atores agora vão lutar para se livrar dos personagens. Daniel Radcliffe já enfrentou até Equus, nu em pelo em pleno palco, recebeu belas críticas pois é um bom ator, mas será chamado de Harry por muito tempo. Emma Watson é bonitinha, agora pode mostrar uma sensualidade que seu personagem não tinha idade para ter, e tem grandes chances de fugir da maldição de Hermione. Já os irmãos ruivos, bem como o loirinho de cara amarrada que fez Draco Malfoy, esses serão seguidos pela sombra do primeiro sucesso. Não será assim tão dramático, já ganharam dinheiro suficiente para brincar do que quiserem pelo resto da vida. Não são filmes, é um fenômeno cultural, que precisa ser conhecido por todos. Assim recomenda o Cavalcanti.


Comentários

3 respostas para “Um viúvo para Harry Potter”

  1. Oi Lou!!

    Voltei! kkk Agora sim, Designer!! kkk

    Confesso que estava a relutar em assistir ao HP… não sei se por medo de aceitar o fim, mas enfim, fui vê-lo hoje!

    Gostei muito, muitas coisas se encaixaram, outras não. Mas gostei muito… e não para qualquer criancinha ver não…

    Agora, o legal é ver tanta gente da minha idade – 33 anos – assistindo. Tínhamos todos os mesmos 20 e poucos anos quando tudo começou…

    Um vez li que nossa memória sempre fixa os acontecimentos dos 20 a 35 anos de idade. Deve ser por causa disso que quem tem + de 60 sempre diz que Elvis não morreu! kk

    Abraço mega grande, faço contato.

    Gus

  2. Puxa, Cavalcanti! Poucas vezs (se é que alguma vez, na verdade!) eu li uma crítica tão apaixonada de uma obra! Parabéns pelo texto e pela dedicação à literatura. Um abraço.

    1. João, sou apaixonado sim, e não me preocupo em expor meu lado lúdico. Abração do Cavalcanti.

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