Já está aberta ao público do Rio de Janeiro a exposição Modernidades Fotográficas, 1940-1964, no Instituto Moreira Salles (IMS), que fica na Gávea, zona sul da cidade. A mostra foi considerada uma das cinco exposições imperdíveis em todo o mundo em meados do ano passado, quando passou por Paris, pelosite norte-americano de notícias Huffington Post. Os trabalhos retratam a vanguarda da fotografia modernista no Brasil.
São 160 imagens do brasileiro José Medeiros, do francês Marcel Gautherot, do húngaro Thomaz Farkas e do alemão Hans Gunter Flieg, que retratam um período de firmação da fotografia moderna do Brasil, passando pelo fotojornalismo, pela abstração e fotografia industrial. Os trabalhos fazem parte do acervo do IMS e os registros vão desde paisagens na Amazônia até fábricas e usinas, além de ritos de religiões africanas, monumentos, futebol, carnaval e outros festejos populares, com destaque para a construção de Brasília.
Curador da exposição ao lado de Ludger Derenthal, o coordenador executivo cultural do IMS, Samuel Titan Jr., explica que a exposição estreou em Berlim em 2013 e foi montada a pedido do Museu da Fotografia de Berlim, indo depois para Lisboa, Paris e Madri.
“É um acervo brasileiro, pertence 100% ao Instituto Moreira Salles. Ele já foi mostrado em outros recortes e seleções várias vezes aqui no Brasil. O que há de novo é o cruzamento de quatro fotógrafos em uma única exposição. Ela nasceu sob encomenda do Museu da Fotografia de Berlim, que se interessou pelo nosso acervo e quis mostrar lá, já nessa feição de exposição coletiva.”
Titan lembra que cada fotógrafo tem seu estilo marcante, mas destaca que, juntos, eles mostram a diversidade do próprio sentido de modernidade no país. “A ideia por trás dessa exposição é mostrar a diversidade da fotografia brasileira nesses 25 anos, entre o final dos anos 30 e o golpe de 64. Seria impossível reduzir personalidades artísticas tão diferentes a um só traço ou conceito definidor do que é moderno. Já naqueles anos, o moderno significava muitas coisas diferentes e às vezes rivais. A gente quis mostrar como isso se dava também na fotografia, com uma exposição mais caleidoscópica e menos unívoca”.
Entre o material inédito que a exposição traz está a sequência de fotos que Farkas fez nas ruas de Brasília no dia da inauguração. “É um conjunto grande, a gente tinha mostrado uma ou duas e agora fez uma amostragem maior desse material”. Brasília também aparece com destaque no trabalho de Gautherot, que era muito próximo de Oscar Niemeyer e teve acesso ilimitado ao canteiro de obras da capital de 1958 até 1960.
Aberta há uma semana, a mostra integra o calendário de longa duração do instituto e pode ser vista até o dia 26 de fevereiro de 2017, de terça-feira a domingo, entre as 11h e as 20h, com entrada gratuita.
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