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Meus caros, é muito triste o espetáculo de que foi feito o julgamento de Lindemberg Alves, assassino confesso de Eloá Pimentel, morta há quase quatro anos, em Santo André, (SP). O caso, e si, nada tem de tão relevante. Se analisarem friamente a questão, verão que vários crimes, igualmente brutais ocorrem, e são levados à justiça, todos os dias. O réu é “inabsolvivel”: matou, confessou, e não apresentou nenhum atenuante. A Polícia Militar, por sua vez, demonstrou lamentável despreparo ao invadir o cativeiro, sem qualquer garantia à vítima, o que acabou por permitir sua execução sumária pelo réu.
A advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, está aproveitando cada minuto que lhe é concedido pela mídia, e se porta de forma teatral. Responde às vaias do povo, e culpa a imprensa pelo tumulto. Foi cruel ao intimar a mãe da vítima a testemunhar, somente para dispensá-la no ato do depoimento. Claramente adorando a luz dos holofotes, Assad chegou a enfrentar a juíza, distorcendo um conceito jurídico. Alertada pela magistrada, mandou-a “voltar à escola”.
É patética sua conduta. Elegância e trato fidalgo entre as partes envolvidas são obrigatórios, e determinados por lei. Assim se portou o advogado assistente da acusação, que chegou a aparecer perante as câmeras para elogiar a colega. O fez por uma única razão: estava tendo muito menos atenção por parte da mídia. Os arroubos da advogada defesa garantiram-lhe absoluto sucesso. É triste constatar como uma conduta tão pouco jurídica serviu-lhe tão bem.
Tudo isso demonstra o quão precário e arcaico é o instituto do júri popular. Vale o show, não o direito. Um magistrado bem formado seria perfeitamente capaz de julgar o caso, medindo corretamente as provas. Já está provado que jurados comuns, escolhidos como são entre os cidadãos, podem ser totalmente manipulados pelo clamor popular, e pelas artimanhas de advogados e promotores. Neste julgamento, a estrela já é quem pior se portou. Perde as justiça, perdem todos.
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