Eleanor Roosevelt, a primeira-dama americana durante a Segunda Guerra Mundial, perguntou à francoatiradora soviética Lyudimila Pavlichenko quantos homens ela havia matado em combate. “Homens, nenhum. Fascistas, 309”, respondeu Lyudimila.
Não há gravação para mostrar se o diálogo foi exatamente assim. O fato é que, pelos registros oficiais, Lyudimila eliminou 309 soldados alemães, 36 deles snipers, como ela.
Lyudmila estudava História em Kiev, na Ucrânia, quando as tropas de Hitler invadiram a União Soviética, em junho de 1941. Alistou-se, mas não aceitou ser enfermeira, a primeira indicação que recebeu no Exército.
Como treinava tiro desde a adolescência, ela conseguiu ser incorporada como francoatiradora. Outras duas mil mulheres soviéticas atuaram na mesma posição durante a guerra. Não mais que 500 voltaram para casa.
Lyudimila foi de longe a mais bem-sucedida de todas. Ferida por um morteiro, em julho de 1942, ela teve de deixar o campo de batalha para se tratar. Não conseguiu voltar.
Por causa da fama como francoatiradora, o governo soviético resolveu usá-la para convencer os Estados Unidos a abrir um segundo front da guerra na Europa. E despachou-a para Washington.
A convite do presidente Franklin Delano Roosevelt, Lyudimila se tornou a primeira soviética a visitar a Casa Branca. Caiu também nas graças da primeira-dama, Eleanor, com quem viajou pelo país. Só se irritava quando os jornalistas insistiam em perguntar sobre moda e cosméticos.
Em Chicago, ao discursar para uma multidão, Lyudmila decidiu provocar os homens: “Eu tenho 25 anos e, até agora, matei 309 invasores fascistas. Vocês não acham, senhores, que estão se escondendo atrás de minhas costas por tempo demais?”
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