PMDB rompe com Dilma e se une à oposição nesta terça-feira

O vice-presidente da República, Michel Temer. Capitão do golpe, como dizem governistas? - Foto: Valter Campanato/Fotos Públicas (06/01/2016)
O vice-presidente da República, Michel Temer. Capitão do golpe, como dizem governistas? – Foto: Valter Campanato/Fotos Públicas (06/01/2016)

A decisão será por aclamação. Liderado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, o PMDB abandona, na tarde desta terça-feira (29), em convenção partidária, o governo da presidenta Dilma Rousseff. Era uma das peças que faltavam para tornar ainda mais real a possibilidade de quem um golpe de Estado travestido de impeachment seja levado a cabo pela oposição.

Depois de participar de todos os governos desde a redemocratização, o PMDB agora quer virar oposição. Tudo para virar situação novamente. Esteve com o PT desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou popularidade em seu primeiro mandato, mas decidiu deixar os petistas diante da pressão da oposição para tirar Dilma do poder. Sem qualquer intenção de morrer abraçado a ela, Temer dividiu com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, a liderança do golpe dentro de seu partido e cuidou para ter maioria na reunião de hoje.

Com o desembarque, os peemedebistas devem entregar cerca de 600 cargos, incluindo sete ministérios. Um deles foi entregue ontem por Henrique Eduardo Alves (Turismo), que enviou uma carta à presidenta pedindo demissão.

A decisão de hoje dará fôlego extra ao impeachment, uma vez que o PMDB era o principal aliado do governo, com a maior bancada no Congresso: 69 deputados e 18 senadores.  Com ele, pode ir também o PP, PSD e PR, outros partidos de direita aliados ao governo por conveniências mútuas. Devem aceitar proposta de Temer de entregar-lhes parte da administração caso ele assuma o poder.

Para piorar o clima, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) apresentou um novo pedido de impeachment, ontem, na Câmara, com direito a tumulto. Além das chamadas pedalas fiscais, os advogados incluíram supostos crimes de responsabilidade, a única alternativa constitucional para apear Dilma.


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