A presidenta Dilma Rousseff criticou nesta quinta-feira (7) o que classifica de “vazamentos seletivos” de informações. Para a presidenta, esse tipo de vazamento tem “o objetivo de criar ambiente propício ao golpe”.
“A Constituição que garante a privacidade e a legislação vigente proíbem vazamentos que hoje na verdade constituem vazamentos premeditados, direcionados com claro objetivo de criar ambiente propício ao golpe. Vazar porque não é necessário provar. Basta noticiar, basta acusar. Basta usar de testemunhos falsos. Nada disso é problema porque sempre se aposta na impunidade”, afirmou a presidenta, ao discursar em evento no Palácio do Planalto.
Dilma discursou para uma plateia formada por mulheres representantes de movimentos sociais e sindicais, como as Marchas das Margaridas, Mundial das Mulheres e das Mulheres Negras e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que foram ao Palácio do Planalto para apoiar seu mandato contra o pedido de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados.
No início de março, Dilma fez pronunciamento em que se disse inconformada e indignada com a divulgação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral pela revista IstoÉ. O jornalFolha de S.Paulo publicou hoje (7) reportagem em que diz que Otávio Marques Azevedo, ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez, fez acordo de delação premiada. Segundo o jornal, na delação, o ex-presidente disse ter pago propina por meio de doações legais para as campanhas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014.
Ao dar posse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil no dia 17 de março, Dilma criticou as interceptações de conversas telefônicas entre os dois, divulgadas na véspera, e disse que iria pedir a apuração dos fatos. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, divulgou o teor dessa e de outras conversas do ex-presidente, que teve suas ligações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal.
“Quero destacar que poderemos ter nos próximos dias muitos vazamentos oportunistas e seletivos. Determinei ao ministro da Justiça [Eugênio Aragão] a rigorosa apuração de responsabilidades por vazamento recente bem como tomar todas as medidas judiciais cabíveis. Passou de todos os limites a seleção muito clara de vazamentos em nosso país”, ressaltou.
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