Nem Itaquerão, nem Maracanã

“Se o Brasil é o País do Futebol, e ele nasceu na Bahia, nada mais justo que a abertura da Copa de 2014 ter como sede a Bahia!” É com essa sentença descontraída que Ney Campello inicia sua defesa da abertura da Copa em terras soteropolitanas. Desde sua fundação, em setembro de 2009, Campello está à frente da Secretaria Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 (SECOPA). A entidade criada pelo Governo do Estado da Bahia, coordena os projetos da sede baiana, e pleiteia a abertura da Copa no Nova Arena Fonte Nova, o antigo estádio Octavio Mangabeira, que foi demolido em 2010, e está sendo reconstruído a todo vapor, em um ambicioso projeto arquitetônico, exemplo de sustentabilidade (leia matéria em nosso site: www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/38/textos/1188/).

Formalizada pela SECOPA em setembro de 2010, a campanha oficial ganhou força expressiva, em 3 de fevereiro, com a adesão da sociedade civil baiana. Capitaneada pelo Salvador Convention Bureau, entidade de mercado que agrega hotéis, agências de viagem e associações comerciais, a ação pretende transformar empresas e entidades em multiplicadores da causa. A iniciativa ainda prevê o lançamento de um site onde serão publicados um manifesto e um abaixo-assinado, que pretende colher mais de um milhão de assinaturas.

Para Campello, argumentos para tirar de cena o Maracanã e o Itaquerão – o tão sonhado estádio corintiano – da estreia da Copa não faltam: “Salvador tem uma exuberância natural e cultural inigualáveis. Duvido que outra cidade sede seria capaz de realizar uma festa de abertura com a empolgação e a magnitude de artistas baianos, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethania, Gal Costa, Ivete Sangalo e Carlinhos Brown”. O entusiasmo de Campello parece ter contagiado Norte e Nordeste do País. Estados como Pernambuco, Rio Grande do Norte e Amazonas já manifestaram apoio oficial.

Para Silvana Gomes, superintendente do Salvador Convention Bureau, a conquista teria um significado ainda maior, pois atestaria uma pulverização das responsabilidades e dos benefícios inerentes à Copa: “Defendemos que a Copa deve ser descentralizada. É muito natural que a abertura seja na Bahia, assim como é natural defender que o centro de imprensa fique em São Paulo, e que o encerramento seja no Rio, que ainda é a cidade que mais representa o Brasil no exterior”. Campello vê o apoio com entusiasmo e reitera a vocação baiana em receber bem: “A iniciativa é muito positiva e vai potencializar nossa campanha oficial. Se somos capazes de organizar um carnaval para 2 milhões de pessoas e recebemos 400 mil turistas nesse período, por que não podemos sediar um evento cuja previsão é de 60, 70 mil pessoas?”. O jingle da campanha defende que “o primeiro passe, o primeiro drible, o primeiro gol, tem que ser em Salvador“, mas se a escolha da FIFA não contemplar a capital baiana, Campello, como bom desportista, afirma que saberá perder: “Vamos respeitar a decisão da FIFA. Não queremos apenas a abertura. Nossa visão do legado que a Copa deixará para nosso Estado vai muito além desse evento”. A decisão deve sair em 2012.

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