Blocos de Carnaval saem às ruas do Rio em defesa da democracia

Blocos de rua promovem no Rio o desfile "Carnaval contra o golpe" - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Blocos de rua promovem o desfile “Carnaval contra o golpe” no centro do Rio – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Blocos de Carnaval ocuparam as ruas do centro do Rio de Janeiro na noite desta quinta-feira (14) para protestar contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Os grupos Ocupa Carnaval, Desliga dos Blocos, Povo sem Medo, Cordão do Boitatá e Reage Artista promoveram o ato denominado Carnaval contra o Golpe: A Saída é pela Esquerda.

Portando faixas contra o impeachment, os blocos partiram da praça XV, seguiram pela avenida Presidente Vargas e depois rumaram para a Lapa, com foliões fantasiados e muita batucada.

Outros sambistas também vem se manifestando contra o impeachment. Nesta semana, a cantora Beth Carvallho lançou o samba “Não vai ter golpe”. O refrão é: “Não vai ter golpe de novo. Reage, reage, meu povo”.

“Bloco de rua é uma expressão popular, principalmente aqui no Rio de Janeiro”, disse a sindicalista Aniele Nascimento, da executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT): “Todas as iniciativas de ocupação das ruas são manifestações legítimas e a cultura cada vez mais está presente. O povo está na rua e os blocos têm tudo a ver contra o golpe”.

“O Carnaval é a principal festa popular no Brasil e nós estamos usando a cultura como forma de protesto, com letras irreverentes e repudiando esse ato de impeachment, que na verdade é um golpe”, disse o petroleiro Diego Ramos, que também trabalha como MC de hiphop.

Segundo o advogado André Barros, o Carnaval constitui a forma da cultura brasileira se mobilizar e uma grande irreverência contra a tentativa de destituir uma presidenta da república por uma lei orçamentária: “O impeachment não tem a menor sustentabilidade jurídica. O Brasil é uma democracia muito forte e destituir uma presidenta da República dessa forma só enfraquece o nosso país. Isso é uma quebra na democracia brasileira”, declarou Barros, que é vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro.

* Com Agência Brasil


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