Final de campeonato

Eduardo Cunha se dirige ao  plenário para iniciar votação do impeachment. Foto: Nilson Bastian/Fotos Públicas (17/04/2016)
Eduardo Cunha se dirige ao plenário para iniciar votação do impeachment. Foto: Nilson Bastian/Fotos Públicas (17/04/2016)

 

Torcida brasileira, boa tarde! Fortes emoções nos aguardam na partida de final de campeonato marcada para hoje entre os times “Impeachment” e “Legalidade”, em disputa do Troféu “Palácio do Planalto”.

Time por time, o “Legalidade” é o favorito. Joga limpo, bonito, com jogadas principalmente pela esquerda e centro-esquerda aplaudidas pelas torcidas organizadas “Bolsa Família” e “Minha Casa, Minha Vida”  que o tem levado a significativas vitórias há 13 anos seguidos.

Seu principal trunfo é o técnico, Lula, que tem no seu retrospecto o bi-campeonato nacional e é o maior estrategista do futebol brasileiro. Conhecido por nunca jogar a toalha, mesmo quando submetido a condução coercitiva e ameaçado de expulsão, é o mestre das preleções, capaz de levantar a moral dos seus pupilos nas situações mais adversas.

Jogadores bem preparados, tanto do ponto de vista moral quanto técnico, inspiram-se nas táticas consagradas pelo “Diretas Já”, que derrotou a “Ditadura Militar” em 1984, com gol decisivo marcado pelo craque Tancredo Neves, nos acréscimos.

O adversário, no entanto, não pode ser desprezado. Conhecido popularmente como “Os corruptos do Cunha”, o “Impeachment” tem a seu favor os fatores campo, imprensa marrom e torcida vip, que ficará concentrada nos camarotes cobertos montados pela Fiesp, na Avenida Paulista, com vista para o mar e farta distribuição de coxinhas.

A imprensa – se é que Globo, Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo e Veja podem ser assim considerados – torce desbragadamente a favor do “Impeachment”. É tamanha a torcida que nas manchetes de hoje eles já publicam o resultado – a favor do “Impeachment”, é claro – antes que a partida tenha começado.

O elemento mais perigoso do time é Eduardo Cunha. É com ele que o “Legalidade” tem que tomar mais cuidado. Ele é técnico, jogador e juiz ao mesmo tempo, razão pela qual só marca pênalti a favor, por mais acintoso que seja, expulsa quem quiser, valida qualquer gol do seu time, mesmo se for feito com a mão e determina o final da partida quando o placar é seu.

Pupilo do veterano Collor, treinador e dono do “Casa da Dinda”, onde Cunha deu seus primeiros golpes, está escalado para exercer todas as funções que desejar, apesar das centenas de cartões amarelos, no Brasil e na Suíça, aos quais os juízes do STF fazem vista grossa e que jamais resultam em cartão vermelho.

Inescrupuloso e melífluo, ficou famoso pelas jogadas desleais e manobras casuísticas e não hesita em mandar os seus defensores bateram abaixo da linha da cintura e darem punhaladas pelas costas.

Conta no banco com o auxílio do não menos venal e traiçoeiro Michel Temer, ex-integrante do “Legalidade”, o qual abandonou ao perceber que poderia trocar o “Palácio do Jaburu” pelo “Palácio do Planalto”, sem dolo.

Ah, Eduardo Cunha também é o dono da bola.

  


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