Apesar do governo ter articulado pela ausência de vários parlamentares, até o momento, a estratégia não parece ter atingido o objetivo esperado. Às 19h, dos 513 deputados, 510 já tinham marcado presença na Câmara dos Deputados. E desses, apenas dois estão de licença médica.
Não tinham registrado presença no placar eletrônico da Câmara os deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE), Clarissa Garotinho (PR-RJ) e Aloísio Mendes (PTN-MA). Aníbal vai fazer uma operação nos próximos dias e deve entregar atestado na segunda-feira (18); Clarissa Garotinho está em casa por recomendação médica — está grávida de 35 semanas. Aloísio Mendes é apontado contra o impeachment e já tinha se manifestado nesse sentido e, até a noite deste domingo (17), não estava em Brasília.
Durante a semana, os integrantes do governo buscaram convencer parlamentares e não estar na capital federal justamente como forma de ajudar a obter votos no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O assédio se deu justamente em deputados do PP, PMDB e PR que pretendiam votar a favor do governo federal, mas não queriam se indispor com suas respectivas cúpulas partidárias.
Com a consciência dessa tática do governo, a oposição passou a ligar para os deputados que pretendiam faltar à sessão da Câmara. Em sua estratégia para conter o impeachment, o governo acreditava que conseguiria, pelo menos, que 20 deputados faltassem à sessão. O número favorecia ao Planalto.
Segundo informações da colunista Mônica Bergamo, o ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS), um dos principais articuladores do vice-presidente, empresários favoráveis à saída da presidenta disponibilizaram jatinhos para trazer deputados a Brasília para votar contra o governo. Padilha chegou a contabilizar 370 votos a favor do impeachment.
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